O Fundo Africano de Desenvolvimento, braço concessional do Grupo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), aprovou um financiamento no valor de 43,6 milhões de dólares (2,79 mil milhões de meticais) para a construção de uma nova linha de transmissão eléctrica em Moçambique. A infra-estrutura será essencial para escoar a energia gerada pela futura central eólica de Namaacha, no Sudoeste do País.
Segundo um comunicado do BAD, tornado público na quarta-feira, 21 de Maio, o projecto prevê a instalação de uma linha de 43 quilómetros, com capacidade para transmitir até 332 gigawatts-hora de energia eólica limpa por ano. A central, com capacidade instalada de 120 megawatts (MW), deverá abastecer milhares de lares e empresas, tanto em Moçambique quanto em países vizinhos da região da África Austral.
Segundo o BAD, o financiamento será dividido entre 33,2 milhões de dólares (2,12 mil milhões de meticais) provenientes do Fundo Africano de Desenvolvimento e 10,4 milhões de dólares (665 milhões de meticais) da Janela de Acção Climática — mecanismo que apoia países africanos de baixo rendimento a desenvolverem infra-estruturas resilientes às mudanças climáticas, em alinhamento com o Acordo de Paris. O Governo de Moçambique também participará financeiramente no projecto.
“Este projecto é um grande passo em frente na transição de Moçambique para um futuro energético com baixas emissões de carbono”, afirmou Kevin Kariuki, vice-presidente do BAD para Energia, Clima e Crescimento Verde. “Fornecerá electricidade a preços acessíveis, apoiará a indústria local e melhorará os meios de subsistência”, acrescentou.
O projecto prevê a instalação de uma linha de 43 quilómetros, com capacidade para transmitir até 332 gigawatts-hora de energia eólica limpa por ano. A central, com capacidade instalada de 120 megawatts (MW), deverá abastecer milhares de lares e empresas, tanto em Moçambique quanto em países vizinhos da região da África Austral
A Electricidade de Moçambique (EDM) será a entidade responsável pela implementação do projecto, em parceria com a Central Eléctrica da Namaacha (CEN) — uma joint venture privada entre a Globeleq Africa Limited e a Source Energia.
Além da construção das duas linhas de transmissão de 66 kV, o projecto inclui melhorias na rede e aquisição de equipamentos para assegurar fornecimento estável e confiável de energia. Estima-se que, uma vez em operação, a iniciativa permitirá milhares de novas ligações eléctricas, especialmente em áreas rurais e comunidades desfavorecidas.
Outro benefício directo será a redução de mais de 71 mil toneladas de emissões de dióxido de carbono por ano, reforçando o compromisso de Moçambique com a sustentabilidade e a mitigação das alterações climáticas. O projecto também deverá fortalecer o comércio regional de energia eléctrica, no âmbito do Southern African Power Pool (SAPP).
Além da construção das duas linhas de transmissão de 66 kV, o projecto inclui melhorias na rede e aquisição de equipamentos para assegurar fornecimento estável e confiável de energia. Estima-se que, uma vez em operação, a iniciativa permitirá milhares de novas ligações eléctricas, especialmente em áreas rurais e comunidades desfavorecidas
De acordo com Wale Shonibare, director do Departamento de Soluções Financeiras, Políticas e Regulação do Sector Energético do BAD, “este investimento fortalece a espinha dorsal do sistema energético de Moçambique, ao mesmo tempo que acelera o acesso à energia limpa para as pessoas que mais precisam.”
O projecto alinha-se com a estratégia “Iluminar e Electrificar África” do BAD e apoia os objectivos da iniciativa Missão 300, lançada em 2024, que visa ampliar o acesso à electricidade no continente até 2030. Actualmente, mais de 600 milhões de africanos continuam sem acesso à energia eléctrica, o número mais elevado de qualquer região do mundo.