Mais de 350 empresários e representantes institucionais participaram nos fóruns organizados pelo MozUp, em Maputo e Pemba, reforçando o compromisso dos parceiros da Área 4 com o desenvolvimento do conteúdo local.
Num claro sinal de reforço da estratégia de inclusão económica e valorização da cadeia de fornecimento nacional, o MozUp – Centro de Desenvolvimento Empresarial financiado pela ExxonMobil Moçambique e os parceiros da Área 4 – organizou, no início de Março, dois fóruns para promover o “networking” entre fornecedores, em Maputo e Pemba.
Os eventos, que reuniram mais de 350 participantes entre empresários locais e internacionais, autoridades públicas e representantes de organismos multilaterais, constituíram uma oportunidade estratégica para os operadores económicos obterem informações detalhadas sobre o projecto Rovuma LNG e prepararem-se para os processos de contratação em curso e futuros.
Realizados nos dias 4 e 6 de Março, na capital moçambicana e na cidade portuária de Pemba, os fóruns foram palco de discussões sobre as exigências do projecto, os critérios de conformidade, os desafios na certificação e pagamento e a necessidade de parcerias estratégicas que potenciem a inserção das pequenas e médias empresas (PME) locais nas cadeias de valor associadas ao gás natural liquefeito.
“Os parceiros da Área 4 organizaram estas sessões para rever as actividades de ‘early works’ [trabalhos iniciais] e oferecer, às empresas, informação e oportunidades que lhes permitam posicionar-se e competir. Trata-se de um compromisso assumido com o desenvolvimento do conteúdo local em Moçambique”, sublinhou Arne Gibbs, da ExxonMobil.
Expectativas que geram oportunidades
O fórum de Maputo, realizado no Radisson Hotel, reuniu mais de 250 participantes. Durante o encontro, a ExxonMobil e parceiros apresentaram o ponto de situação do projecto Rovuma LNG e identificaram áreas prioritárias para contratação de fornecedores, com destaque para a construção civil, logística e prestação de serviços.
Os fóruns foram palco de discussões sobre as exigências do projecto, os critérios de conformidade, os desafios na certificação, entre outros
“Tivemos a oportunidade de perceber com mais clareza o estado em que se encontra o projecto e é extremamente positivo que se criem estes espaços de diálogo”, assinalou Presley Moreira, da Dyna Segmen Moçambique.
Já no fórum de Pemba, que decorreu no Avani Pemba Beach Hotel, reuniram-se cerca de 150 participantes das províncias de Cabo Delgado, Nampula e Niassa. Além de reiterar as mensagens centrais partilhadas em Maputo, a sessão a norte abordou preocupações específicas da região, nomeadamente os custos de certificação, a transparência nos processos de aquisição e os prazos de pagamento.
Em resposta, a ExxonMobil reforçou o compromisso com o desenvolvimento empresarial inclusivo, destacando o papel do MozUp na facilitação do registo no Portal de Gestão de Fornecedores (SRMP), que conta já com mais de 4 mil perfis activos.
Foco na competitividade
Uma das principais mensagens deixadas pelos organizadores foi a importância das chamadas “Smart Partnerships”, ou seja, parcerias inteligentes – ligações entre empresas moçambicanas e internacionais (ou entre empresas locais) com vista ao reforço das competências técnicas e da capacidade de resposta a exigências contratuais complexas.
Este modelo tem permitido, segundo os promotores, o desenvolvimento de conhecimento local, a adopção de padrões internacionais de qualidade e a consolidação de trajectórias de excelência.
Durante os fóruns, o MozUp destacou ainda os recursos disponíveis para apoiar os fornecedores locais a cumprirem os requisitos de segurança, saúde, higiene e ambiente (SSHE), essenciais para participação nas cadeias de fornecimento do projecto.

“Sugiro que cresçamos juntos, construindo esta infra-estrutura, colocando-a em operação e assegurando a sua sustentabilidade. Esse é o propósito do MozUp”, frisou Kirsten Danielson, da ExxonMobil.
Os testemunhos colhidos nos dois encontros revelam um ambiente de crescente maturidade empresarial e vontade de capitalizar as oportunidades criadas pelo investimento no sector energético. “Quando nos dizem, com antecedência, que uma empresa de ‘catering’ moçambicana deverá estar preparada, daqui a um ano, para fornecer cinco mil refeições por dia, isso dá-nos tempo para planear e cumprir. Esta é, sem dúvida, a melhor forma de promover o conteúdo local”, complementou Assif Osman, do Grupo Osman Yacob.
Com presença em Maputo e Pemba, o MozUp posiciona-se como elo fundamental entre o sector privado moçambicano e os grandes operadores do projecto Rovuma LNG, assumindo-se como catalisador de uma nova geração de fornecedores preparados para competir num mercado globalizado.
Texto: M4D • Fotografia: D.R