O Presidente da República, Daniel Chapo, e o ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane voltaram a reunir-se, pela segunda vez, nesta terça-feira, 20 de Maio, no âmbito do diálogo político em curso cujo objectivo é “pacificar o País”.
“A paz, a reconciliação, o perdão, a harmonia e a irmandade entre os moçambicanos é muito importante, por isso estamos engajados em promover o diálogo. Só há desenvolvimento quando alcançamos a paz e segurança com todos os estratos sociais”, declarou Chapo numa mensagem divulgada.
O chefe do Estado recordou que o encontro com Mondlane se enquadra no âmbito do diálogo político visando as reformas estatais, assinado entre o Governo e as formações políticas com assento parlamentar e representações nas assembleias municipais e provinciais e já transformado em lei pelo Parlamento.
Por sua vez, Venâncio Mondlane classificou o novo encontro com Daniel Chapo como sendo “positivo”, referindo terem sido discutidos seis pontos de agenda com entendimento entre as partes, incluindo datas, prazos e pontos focais de como operacionalizá-los para “o benefício da população”.

“Em resumo, posso dizer que foi um encontro positivo e as duas grandes preocupações que nós tínhamos, acreditamos que daqui para frente vão ser monitorizadas em benefício da nossa população”, declarou Mondlane, no fim do encontro, também esta madrugada.
O político avançou ainda que a reunião visava também aferir o nível de avanços após os acordos traçados no dia 23 de Março. “Entre os pontos revistos, destaca-se a eliminação de todos os focos de violência entre as partes, a viabilização da Lei de Amnistia para todos os que se encontram detidos no âmbito das manifestações, incluindo garantias de assistência médica aos feridos durante os protestos, e a implementação de programas de assistência a iniciativas juvenis”, detalhou.
Mondlane não reconhece os resultados das eleições de 9 de Outubro e liderou os protestos eleitorais mais tumultuosos que o País já viu desde as primeiras eleições multipartidárias em 1994, nos quais 390 pessoas perderam a vida em confrontos com a polícia.
Em Abril, o Parlamento aprovou por unanimidade, aclamação e em definitivo a lei do acordo político para pacificar o País, incluindo a revisão da Constituição da República e dos poderes do Presidente. O dispositivo legal, aprovado pelas quatro bancadas que compõem o Parlamento moçambicano, tem por base o acordo entre o chefe do Estado, Daniel Chapo, e todos os partidos políticos, assinado no passado dia 5 de Março e submetido à Assembleia da República para apreciação com carácter de urgência.