O Banco de Moçambique e o banco central de Timor-Leste assinaram, no sábado (17), um acordo de cooperação técnica com o objectivo de reforçar a partilha de experiências e práticas no sector financeiro, com destaque para a supervisão bancária, regulação de fintechs e gestão de fundos soberanos.
O entendimento foi firmado em Maputo, à margem das comemorações dos 50 anos do BdM, pelos governadores Rogério Zandamela e Hélder Lopes, que destacaram a importância estratégica da parceria no actual contexto económico.
“Com este acordo, criamos, também, condições para aprofundar a troca de experiências em matérias de supervisão de instituições financeiras e do mercado de capitais, com destaque para a supervisão conjunta, baseada nos riscos emergentes, incluindo os serviços financeiros digitais”, afirmou Zandamela, citado numa nota institucional.
Segundo o governador do BdM, o acordo prevê ainda a partilha de boas práticas prudenciais e enquadramento regulamentar para fintechs, além de abrir espaço para cooperação noutras áreas como a gestão de fundos soberanos e o reforço da transparência institucional.
“Acreditamos que esta parceria trará resultados concretos e benefícios mútuos para enfrentarmos os desafios que são impostos às nossas economias, bem como para assegurar o desenvolvimento e fortalecimento dos nossos sistemas financeiros”, acrescentou.
O reforço da cooperação surge numa altura em que Moçambique está a operacionalizar o seu Fundo Soberano, criado em 2024 e financiado com receitas do gás natural, inspirado em parte no modelo timorense, cujo Fundo Petrolífero foi estabelecido há 20 anos.
Para o governador do banco central timorense, Hélder Lopes, o acordo representa um marco no relacionamento entre os dois países. “Estamos abertos para cooperar com o Banco de Moçambique, quer na partilha de experiências no que diz respeito à gestão do Fundo Soberano, para fortalecer a economia do País, quer noutras matérias de interesse”, declarou.
O entendimento dá seguimento ao compromisso assumido em Setembro de 2024, durante a 2.ª Conferência dos Governadores dos Bancos Centrais e dos Quadros da Área Financeira entre a China e os Países de Língua Portuguesa, realizada em Macau.
Fonte: Lusa