O barril de petróleo está a negociar em território negativo, numa altura em que os investidores antecipam um telefonema entre Donald Trump e Vladmidir Putin, agendado para esta segunda-feira (19). Os dois líderes vão conversar sobre um possível acordo de cessar-fogo entre a Rússia e a Ucrânia, mas as expectativas são contidas, com o Presidente russo a acreditar que está em vantagem.
O West Texas Intermediate (WTI) – de referência para os Estados Unidos da América (EUA) – cede a esta hora 0,67% para os 62,07 dólares por barril. Já o Brent – de referência para o continente europeu – segue a desvalorizar 0,75% para os 64,92 dólares por barril.
Os investidores ainda estão a digerir o último corte na notação da emissão de obrigações dos EUA. A Moody’s vê uma deterioração dos indicadores orçamentais do país, bem como um crescimento da dívida pública, e decidiu, por isso, retirar o estatuto de qualidade superior à dívida soberana norte-americana. É um sinal de que Wall Street está cada vez mais preocupada com o futuro económico dos Estados Unidos.
No campo geopolítico, o Presidente do Irão, Masoud Pezeshkian, está determinado em continuar com o seu projecto nuclear, não cedendo às pressões norte-americanas. As tensões entre os dois países voltam, assim, a agravar-se, apesar de o líder do país do Médio Oriente não retirar as negociações em curso de cima da mesa.
“O mercado do petróleo está incerto. Os investidores estão a tentar perceber se esta revisão em baixa da Moody’s tem algum impacto no crude, numa altura em que as incertezas em torno das negociações com o Irão aumentam”, explica Warren Patterson, estratega de commodities do ING Groep. Em relação à Ucrânia, o analista prevê que um “alívio de tensões e a retirada de algumas sanções [à Rússia]” não tenha grande impacto, uma vez que “os fluxos petrolíferos do país têm-se mantido estáveis.”