A taxa de desemprego da África do Sul aumentou no primeiro trimestre deste ano, com os estatísticos a recearem que um número crescente de pessoas pareça ter desistido de procurar trabalho, informou a Reuters, nesta terça-feira (13).
No primeiro trimestre deste ano, a taxa de desemprego oficial do país – uma das mais elevadas do mundo – subiu para 32,9%, em comparação com os 31,9% no último trimestre do ano passado. Uma análise alargada, que inclui as pessoas desencorajadas de procurar trabalho, subiu de 41,9% para 43,1%.
Segundo a directora-chefe das Estatísticas do Trabalho do Instituto de Estatística da África do Sul, Desiree Manamela, há sinais de que mais pessoas em idade activa estão a perder a esperança de encontrar trabalho: “O aumento do número de indivíduos desanimados à procura de emprego é preocupante, porque gostaríamos de vê-los activos no mercado, quer à procura de uma vaga, quer a trabalhar.”
Cinco dos dez sectores acompanhados pela agência de estatísticas registaram aumentos de emprego, enquanto outros cinco sofreram diminuições. O maior número de perdas de postos de trabalho foi registado nos domínios do comércio e da construção, enquanto o dos transportes e das finanças verificaram um número elevado de contratações.
As mulheres negras e os jovens permaneceram especialmente vulneráveis ao desemprego no primeiro trimestre, com taxas de desemprego de 39,8% e 46,1%, respectivamente.
A redução do desemprego é uma prioridade para o Governo de coligação que foi formado no ano passado, depois de o Congresso Nacional Africano ter perdido a sua maioria parlamentar pela primeira vez desde o fim do apartheid em 1994.
O desemprego tem vindo a aumentar no país africano desde 2016 e tem-se mantido acima dos 30% nos últimos cinco anos.
O Presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, anunciou na semana passada um novo conjunto de reformas destinadas a impulsionar o crescimento económico e a criação de emprego, alargando um programa lançado em 2020. A operação alcançou alguns sucessos, como a redução dos apagões de electricidade, mas ainda não conseguiu fazer uma massa significativa na taxa de desemprego.