Os preços do ouro registam recuos nesta quarta-feira (14), à medida que o alívio das tensões comerciais entre as duas maiores economias mundiais faz reduzir a procura por activos-refúgio, como é o caso do metal amarelo. Isto enquanto os traders analisaram dados relativos à inflação nos Estados Unidos da América (EUA) para tentar perceber qual será o rumo da política monetária no país.
O ouro cede 0,46%, para os 3235,360 dólares por onça.
No que se refere aos dados económicos, o Departamento do Trabalho dos EUA revelou que o índice de preços no consumidor aumentou 0,2% em Abril, valor que ficou abaixo das expectativas do mercado, após um declínio de 0,1% registado em Março.
Os investidores aguardam pelos dados do Índice de Preços no Produtor do outro lado do Atlântico, que serão divulgados na quinta-feira (15), para obterem pistas sobre a trajectória das taxas de juro da Reserva Federal (Fed) dos EUA , com o mercado a esperar um regresso à flexibilização monetária em Setembro.
O ouro, tradicionalmente visto como uma protecção contra a inflação, tende a prosperar num ambiente de taxas directoras baixas, por não render juros.
No plano comercial, os EUA vão reduzir para 30% a tarifa “de minimus” para as encomendas de baixo valor provenientes da China, de acordo com uma ordem executiva da Casa Branca e especialistas do sector citados pela Reuters, atenuando ainda mais a escalada da guerra comercial entre Washington e Pequim.
“Os desenvolvimentos positivos na política comercial dos EUA [estão] a diminuir a atracção pelo ouro a curto prazo”, explica à Reuters Kyle Rodda, analista da Capital.com, acrescentando: “Se houver um progresso contínuo nas negociações comerciais e nos acordos entre os EUA e os seus parceiros, o ouro pode recuar ainda mais. 3200 dólares é um nível de apoio bastante crítico.”