A agência de notação financeira Fitch Ratings manteve, nesta terça-feira (13), o rating de Cabo Verde em B, com perspectiva de evolução estável, antevendo um crescimento da economia de 5,5% neste ano e no próximo, bem como a redução da dívida.
“O rating de Cabo Verde reflecte os fortes indicadores de governação face aos pares, uma perspectiva de crescimento económico robusto apoiado no sector crescente do turismo, uma consolidação orçamental sustentada e níveis adequados de reservas internacionais”, lê-se na nota que acompanha a decisão anunciada.
Segundo os analistas da agência, estes factores positivos são, no entanto, equilibrados com “a elevada, ainda que em queda, dívida pública e endividamento externo, grandes fragilidades financeiras e persistentes vulnerabilidades externas.”
A Fitch admite que o aproximar das eleições possa abrandar o ritmo de reformas nas empresas públicas, mas, ainda assim, antevê um crescimento de 7,3% em 2024, que abrandará para uma média de 5,5% neste e no próximo ano, apoiado maioritariamente no sector do turismo, o principal motor da economia.
A inflação deverá abrandar de 3,7% em 2023 para 1% entre 2024-26, reflectindo a normalização dos preços dos combustíveis importados e a taxa de indexação do escudo ao euro.
Por outro lado, o défice orçamental passou de um excedente de 0,1% em 2023 para um saldo negativo de 0,7% no ano passado, mas deverá melhorar para um excedente de 0,3% este ano, impulsionado pelo aumento da receita e da concessão aeroportuária.
Depois de ter registado um valor de 115% em 2023 e 109% no ano passado, a dívida pública deverá cair para 98% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2026.
Embora o nível da dívida esteja, ainda assim, muito acima da média de 49% registada nos países a que a Fitch atribui o rating B, abaixo da escala de recomendação de investimento, o custo é bem menor que nas outras regiões, já que boa parte da dívida é concessional, destacam os analistas.
No que diz respeito às eleições do próximo ano, a agência afirma que não espera “grandes mudanças em termos de crescimento ou de trajectória orçamental caso haja uma transição política”, mas alerta que “há riscos provenientes de uma potencial regressão nas reformas nas empresas públicas, o que poderia configurar desafios fiscais consideráveis a médio prazo”.
Fonte: Lusa