O Fundo das Nações Unidas para Infância (Unicef) entregou um total de 2,3 milhões de doses de vacina contra a cólera ao Ministério da Saúde, para proteger crianças e pessoas em áreas de alto risco em Moçambique.
A agência da ONU estima que o País registou mais de três mil casos da doença desde a sua eclosão, recordando que o surto foi declarado em 17 de Outubro, em três regiões das províncias de Nampula e Zambézia, nas regiões Norte e Centro.
Actualmente, há surtos activos da doença em alguns distritos daquelas duas províncias, com uma taxa de letalidade de cerca de 1,5%. O mais recente balanço da doença refere que, pelo menos, 51 pessoas morreram desde Outubro.
No primeiro trimestre deste ano, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) anunciou ter prestado assistência essencial a mais de 90 mil pessoas residentes na província de Cabo Delgado, na região Norte de Moçambique, que é afectada por terrorismo há mais de sete anos.
De acordo com a entidade, a maioria das pessoas receberam apoio psicossocial e de saúde mental, sendo que a maior parte dos beneficiários eram crianças. “O apoio foi prestado em 14 distritos, tendo sido dada especial atenção aos grupos mais vulneráveis, que incluem crianças anteriormente associadas a grupos armados, crianças não acompanhadas e separadas, além de adolescentes afectados pelas uniões prematuras.”
“A gestão de casos foi significativamente alargada, alcançando 12,9 mil crianças e adolescentes com total paridade de género. Paralelamente, o apoio às crianças com deficiência expandiu-se, alcançando 655, marcando um progresso notável em comparação com os trimestres anteriores”, destacou através de um relatório.
A cólera é uma doença infecciosa intestinal aguda causada pela bactéria Vibrio cholerae. Em Moçambique, a cólera tem sido um problema de saúde pública recorrente, com surtos mais intensos associados ao início da época chuvosa. A transmissão ocorre principalmente através da ingestão de água ou alimentos contaminados com fezes ou vómito de pessoas infectadas.