A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou esta terça-feira, 6 de Maio, que Angola está numa posição estratégica para captar 500 milhões de dólares disponíveis no Fundo Pandémico. O objectivo é transformar o sistema nacional de saúde pública, dando prioridade à prevenção, detecção precoce e resposta eficaz a emergências sanitárias.
Segundo a OMS, Angola tem uma excelente oportunidade de aceder a este financiamento global, destinado a países com baixos e médios rendimentos. Esta semana, foram definidas as principais actividades da proposta nacional que será submetida ao Fundo Pandémico, iniciativa que visa reforçar a resposta a surtos e outras emergências de saúde.
“Oportunidades como esta são raras e acredito firmemente que Angola está bem posicionada para beneficiar do fundo”, afirmou Indrajit Hazarika, representante da OMS no país. O responsável destacou que o apoio pode reforçar de forma significativa a capacidade de Angola para lidar com emergências sanitárias.
O plano apresentado pelo país foca-se em três áreas principais: sistemas de alerta precoce e vigilância de doenças, melhoria dos laboratórios humanos e animais, e reforço dos recursos humanos e das comunidades, tanto em zonas urbanas como rurais.
Na área da vigilância, o país aposta na formação de agentes comunitários e equipas de resposta rápida. A proposta prevê ainda a implementação de sistemas digitais de informação em saúde e mecanismos de vigilância baseados em eventos, com atenção especial a doenças epidémicas e zoonoses (doenças que se transmitem entre animais e humanos).
Quanto à componente laboratorial, está prevista a melhoria das capacidades de diagnóstico e vigilância, a formação de técnicos, o fortalecimento da vigilância da resistência antimicrobiana e a criação de programas de controlo de qualidade. O objectivo é garantir um sistema laboratorial mais forte e preparado para futuras crises de saúde.
Este anúncio surge numa altura em que Angola enfrenta uma epidemia de cólera, que já causou 586 mortes desde Janeiro. Até ao momento, foram notificados mais de 18 mil casos em 17 das 21 províncias do país, segundo o boletim epidemiológico desta quarta-feira.
Fonte: Lusa