A receita bruta com a exportação de petróleo em Angola recuou 18% no primeiro trimestre deste ano, totalizando 6,4 mil milhões de dólares, face aos 7,8 mil milhões registados no mesmo período de 2024. A queda deveu-se à menor produção e à redução do preço médio do crude (petróleo bruto).
De acordo com informações avançadas jornal Expansão, com base no Outlook (relatório de perspectivas) do Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás (Mirempet), esta quebra de 1,4 mil milhões de dólares deve-se à combinação de uma menor quantidade de barris exportados e à desvalorização do preço do petróleo entre Janeiro e Março.
As empresas petrolíferas que operam em Angola exportaram 85,1 milhões de barris no período em análise, o que representa uma redução de 9,2 milhões de barris em relação ao ano anterior. O preço médio por barril foi de 74,8 dólares, valor 9% inferior aos 82,3 dólares registados no mesmo trimestre de 2024.
Segundo o Mirempet, “os preços do petróleo angolano tiveram uma tendência decrescente seguindo o comportamento do Brent datado” (referência internacional do preço do petróleo). Como Angola não tem influência directa sobre os preços nos mercados internacionais, depende da sua produção interna para aumentar as receitas.
A produção nacional foi de 94,4 milhões de barris no primeiro trimestre, com uma média diária de 1,049 milhões de barris. Este valor representa uma queda de 7% face à média diária de 1,125 milhões de barris verificada no mesmo período do ano passado, segundo dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis.
Nos dois primeiros meses do ano, o Estado arrecadou 1,7 mil milhões de dólares em impostos sobre a actividade petrolífera. Como as receitas fiscais representam habitualmente cerca de um terço das receitas brutas, a queda nas exportações poderá afectar seriamente o Orçamento Geral do Estado.
Por isso, o Governo já está a discutir com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial soluções como mecanismos de cobertura de risco de mercado (seguros financeiros) para mitigar o impacto da descida dos preços.