Um grupo de investigadores da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, liderado por Peter Eisert, desenvolveu uma ferramenta de detecção concebida para analisar sinais de ritmo cardíaco em vídeos, com base numa tecnologia de imagem médica altamente precisa chamada fotopletismografia remota.
De acordo com o portal Zap Aeiou, para testar a sua eficácia, os investigadores gravaram vídeos reais de participantes e monitorizaram, ao mesmo tempo, as suas frequências cardíacas. Depois substituíram digitalmente os rostos dos participantes por versões alteradas e confirmou-se o pior cenário: a ferramenta de detecção identificou sinais de pulsação realistas nos deepfakes, semelhantes aos da filmagem original.
“Agora, só porque uma pessoa tem um pulso mensurável num vídeo, isso não significa que possamos assumir que é real”, alertou Hany Farid, que não esteve envolvido no estudo. Salientou, porém, que “só porque um ou alguns geradores de deepfake conseguem reproduzir este sinal fisiológico, não significa que todos os geradores de deepfake o consigam fazer.”
Face a este novo obstáculo, os investigadores já começaram a explorar novos, mas parecidos métodos de detecção de deepfakes, como a identificação de outros padrões únicos de fluxo sanguíneo no rosto ou de detalhes microscópicos da imagem, como variações de brilho dos pixéis, na maioria das vezes imperceptíveis ao olho humano.
“À medida que o coração bate, o sangue flui pelos vasos sanguíneos e chega ao rosto”, disse Eisert. “Depois, é distribuído por toda a área facial, e há um pequeno atraso nesse movimento que podemos detectar em imagens reais.” Por enquanto, o bem e o mal continuam na corrida para ficar um passo à frente do outro.