A empresa pública de electricidade da África do Sul, Eskom, afirmou que a sua rede eléctrica reduzirá o risco de cortes de energia durante o Inverno, quando se prevê um aumento da procura.
A Eskom tem registado “melhorias contínuas desde o início”, afirmou o CEO da empresa Dan Marokane nesta segunda-feira (5), acrescentando que “a tendência é essencialmente a de uma redução das perdas não planeadas, o que nos permite fornecer ou satisfazer a procura conforme necessário.”
A empresa retomou os apagões contínuos no início deste ano, após um período de dez meses que resultou de uma melhor manutenção das suas centrais eléctricas. As avarias voltaram com a mudança de estação no hemisfério sul, que traz um clima mais frio e menos horas de luz do dia, o que aumenta o consumo de electricidade.
“Sabemos agora que conseguimos satisfazer a procura na maior parte do tempo. E sabemos também que tivemos algumas falhas e interrupções, particularmente entre Janeiro e Abril deste ano”, declarou Marokane.
Ainda assim, a empresa está a ter melhores resultados do que em anos anteriores, à medida que vai colocando em funcionamento unidades significativas. “Teremos a capacidade total durante o Inverno”, anuiu.
Os cortes de energia resultantes da incapacidade da Eskom para satisfazer a procura custaram à economia sul-africana 26,2 mil milhões de dólares no ano passado, menos 83% do que em 2023, segundo o Conselho de Investigação Científica e Industrial. A estabilização do sistema é essencial para acelerar o crescimento económico.
Quando a Eskom começou a melhorar a fiabilidade das suas unidades de produção, Marokane elaborou planos para acrescentar um negócio de energias renováveis, numa tentativa de fazer crescer novamente a empresa. A companhia anunciou a 17 de Janeiro que nomeou um responsável para dirigir a unidade de energia limpa.
A Eskom enfrenta uma série de obstáculos no seu caminho para se tornar novamente rentável, incluindo uma actualização da rede de transmissão no valor de 24,3 mil milhões de dólares. A empresa instalou 74 quilómetros de linhas de transmissão no exercício financeiro até 2024, não conseguindo atingir o objectivo de 166 quilómetros.
A expansão vem juntar-se aos planos existentes de dividir a empresa centenária – que utiliza o carvão para produzir mais de 80% da electricidade do país – em unidades separadas.
A Eskom enfrenta uma série de obstáculos no seu caminho para se tornar novamente rentável, incluindo uma actualização da rede de transmissão no valor de 24,3 mil milhões de dólares. A empresa instalou 74 quilómetros de linhas de transmissão no exercício financeiro até 2024, não conseguindo atingir o objectivo de 166 quilómetros. A unidade conhecida como National Transmission Co South Africa planeia instalar 5044 quilómetros nos próximos cinco anos e quase duplicar esse valor de 2030 a 2034.
Outras medidas, como a separação da actividade de distribuição de electricidade, são complicadas devido a um montante estimado em 5,3 mil milhões de dólares em dívidas dos municípios à Eskom.
A estatal tem um plano que irá ajudar as taxas de cobrança dos municípios, ao mesmo tempo que estes podem criar infra-estruturas para servir melhor os seus clientes, segundo Marokane. “Acreditamos que isto nos dará a oportunidade de encontrar uma solução sustentável e a longo prazo para o financiamento global dos municípios”, concluiu.
Fonte: Bloomberg