Os Estados Unidos reafirmaram o seu compromisso com o desenvolvimento de Angola e garantiram que continuam a considerar o País um parceiro estratégico em África. O apoio ao Corredor do Lobito, uma das infra-estruturas prioritárias para a integração regional e expansão das exportações, foi novamente sublinhado como pilar central da cooperação bilateral.
O responsável pela área de negócios da Embaixada dos EUA em Angola, James Story, assegurou que Washington “mantém um compromisso de longo prazo com Angola e com o continente africano”, mesmo após as recentes mudanças na administração norte-americana, marcadas pelo regresso de Donald Trump à presidência.
“Os Estados Unidos querem ser o parceiro número um de Angola, trabalhando com o povo angolano e também com outros parceiros internacionais”, afirmou Story, destacando o interesse norte-americano em sectores como infra-estruturas, minerais estratégicos, comércio e parcerias público-privadas.
O diplomata referiu-se em particular ao Corredor do Lobito, projecto ferroviário que atravessa Angola até à fronteira com a República Democrática do Congo, como uma das apostas estratégicas conjuntas entre os Estados Unidos e a União Europeia. A iniciativa enquadra-se na Parceria para Infra-estruturas e Investimentos Globais (PGII) e visa promover ligações comerciais sustentáveis, dinamizar as economias locais e garantir o acesso a minerais críticos essenciais para a transição energética global.
James Story destacou a recente visita de embaixadores europeus ao Corredor, organizada pelos EUA, como exemplo da mobilização internacional em torno da infraestrutura. “As oportunidades são enormes”, afirmou.
Apesar da suspensão temporária da ajuda internacional por 90 dias, determinada por Trump nos primeiros dias do seu segundo mandato, Story garantiu que os projectos com Angola estão a ser revistos com o objectivo de acelerar a sua concretização, nomeadamente os financiados pela Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID).
“Queremos ver projectos a sair do papel”, afirmou o diplomata, sublinhando a importância da continuidade da cooperação em áreas como energia, comércio, boa governação e desenvolvimento sustentável.
A importância de Angola na política externa norte-americana também será evidenciada durante a realização da 17.ª Cimeira de Negócios EUA–África, que terá lugar em Luanda entre 22 e 25 de Junho. O evento reunirá representantes governamentais e empresariais de mais de 40 países, contando com a presença de 2500 empresas nacionais e estrangeiras e altos responsáveis da administração norte-americana.
James Story, que assumiu interinamente a missão diplomática dos EUA em Outubro de 2024, termina agora o seu mandato de sete meses em Luanda, sendo substituído por Jeremey Neitzke, actual número dois da embaixada norte-americana em Moçambique.
Fonte: Lusa