A Escola Secundária da Munhuana, localizada na cidade de Maputo, acolheu esta sexta-feira, 2 de Maio, a cerimónia oficial de assinatura de um memorando de entendimento entre o Ministério da Educação e Cultura, a Associação Machel Fidus, a Fundação Vodacom Moçambique e a Huawei Technologies Mozambique. O objectivo é fortalecer o Projecto de Digitalização (DiGi), uma iniciativa que visa dotar os estudantes do ensino secundário com competências digitais fundamentais para o sucesso académico e profissional.
O Projecto DiGi, liderado pela Associação Machel Fidus em colaboração com os demais parceiros, já está em implementação em 24 escolas secundárias públicas distribuídas por todas as províncias do País. As formações, leccionadas em módulos práticos através de salas de informática já existentes, abrangem temas como literacia digital e financeira, introdução à programação web, uso responsável da Internet e desenvolvimento de competências profissionais. Até ao momento, mais de 900 estudantes beneficiaram da iniciativa.
A assinatura do acordo simboliza a consolidação de uma colaboração que já vinha sendo construída há anos e que agora visa expandir o alcance e impacto do projecto. Malenga Machel, presidente da Associação Machel Fidus, destacou o empenho e persistência dos parceiros, referindo-se ao DiGi como um “sonho” que começou com desafios, mas que hoje já mostra resultados concretos. “Os alunos de todo o País têm estado a beneficiar desta iniciativa. Podemos dizer que já conseguimos alguma coisa, mas isso não quer dizer que vamos parar”, assinala.
Na mesma linha, Gido Gamito, presidente da Fundação Vodacom, sublinhou que a assinatura do memorando “é mais do que um acto formal, é o reflexo de uma visão partilhada e de um compromisso colectivo com o futuro da educação e do País”. A Fundação Vodacom, segundo Gamito, já proporcionou conectividade gratuita a 263 escolas e equipou 100 com laboratórios de informática, alcançando mais de 1,1 milhão de alunos e professores.

Zhang Junming, director-geral da Huawei Technologies Mozambique, lembrou que a tecnologia digital “está a remodelar a sociedade a uma velocidade sem precedentes”, defendendo que “os jovens moçambicanos devem ser protagonistas da transformação digital do País”. A Huawei compromete-se a continuar a usar as suas tecnologias como “pontes” para formar talentos digitais e garantir acesso equitativo às oportunidades do mundo digital.
Por sua vez, a ministra da Educação e Cultura, Samaria dos Anjos Tovela, concluiu agradecendo a dedicação dos parceiros, sublinhando que “estas entidades já trabalham connosco há anos, apoiando a disseminação das tecnologias digitais e equipando as nossas escolas com dispositivos tecnológicos”. A governante recordou ainda o impacto positivo da digitalização durante a pandemia da covid-19, reafirmando o compromisso do Governo com a modernização do sistema educativo.
O memorando de entendimento agora assinado representa uma etapa estratégica para consolidar e ampliar uma iniciativa que tem promovido a inclusão digital, estimulado a inovação nas escolas públicas e contribuído para o desenvolvimento de soluções tecnológicas adaptadas ao contexto moçambicano.
O projecto-piloto do DIGI Project, implementado entre 2023 e 2024 em dez escolas nacionais, revelou desafios como falhas de energia, dificuldades de alfabetização digital e problemas de conectividade. Com base nessa experiência, a nova fase propõe melhorias significativas, incluindo formação intensiva para professores, reparação de equipamentos e optimização dos módulos de ensino. Este novo ciclo da iniciativa aposta numa abordagem mais estruturada e inclusiva, com impacto directo nas escolas, professores e estudantes, consolidando o compromisso da Associação com o futuro digital da juventude moçambicana.
Texto: Florença Nhabinde