O índice japonês Nikkei 225 já acumula uma valorização de quase 28% este ano, tendo atingido, no primeiro semestre, os máximos de três décadas. Já o Topix sobe cerca de 26%.
As acções asiáticas subiram para máximos de um mês, numa reacção dos mercados ao avanço da China nas negociações com os Estados Unidos para pôr termo à guerra de tarifas espoletada por Donald Trump. Esta madrugada, Pequim declarou estar a avaliar “dar o primeiro passo”, após o Presidente norte-americano ter reiterado que deveria ser o gigante asiático a fazê-lo — sinal de que o impasse entre as duas maiores economias do mundo poderá estar prestes a ser ultrapassado.
Embora abrindo a porta a conversações, o Ministério do Comércio da China enquadrou a declaração como sendo consistente com a posição anterior de Pequim: “Se lutarmos, lutaremos até ao fim. Se falarmos, a porta está aberta”, afirmou.
“Trata-se de um grande passo, independentemente da parte que toma a iniciativa”, afirmou Steven Leung, da UOB Kay Hian Hong Kong, à Bloomberg. “Espera-se agora uma solução para o actual impasse”, acrescentou. Apesar do progresso, há, no entanto, analistas que duvidam que a incerteza tenha terminado.
Entretanto, as negociações com outros países estão já mais avançadas e, no Japão, poderão mesmo culminar num acordo em Junho, segundo fontes governamentais nipónicas, após visitas a Washington.
O índice MSCI Asia Pacific, que agrega as principais praças do continente, sobe 1,5%, enquanto no Japão, o Topix avança 0,5% e o Nikkei supera os 1%. Na China, o Shanghai Composite recuou 0,20%, ao passo que o Hang Seng, em Hong Kong, subiu 1,6%.
O sentimento positivo também em Wall Street será posto à prova com a divulgação do relatório do emprego nos Estados Unidos, a ser publicado esta sexta-feira — a última ronda de dados relevantes da semana, depois de os resultados da Apple e da Amazon não terem impressionado os mercados.
O optimismo deverá igualmente contagiar o Velho Continente, com o Euro Stoxx 50 a subir 1,3%. Os investidores reagem aos mais recentes desenvolvimentos em torno das tarifas, ao mesmo tempo que avaliam os dados da inflação na Zona Euro.