O Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) anunciou que necessita de 222 milhões de dólares (14 mil milhões de meticais) para prestar assistência humanitária a 1,4 milhão de moçambicanos afectados pela seca associada ao fenómeno climático El Niño.
Segundo aquela agência da ONU, a verba será aplicada nas áreas de segurança alimentar e meios de subsistência, com 199 milhões de dólares, água, saneamento e higiene, com 11 milhões de dólares, nutrição e protecção geral, com 11,7 milhões de dólares.
De acordo com um relatório da entidade, citado pela Lusa, do financiamento necessário, apenas 41,5 milhões de dólares, o correspondente a 19%, já foi desembolsado. “O défice financeiro limitou severamente a capacidade dos intervenientes humanitários para prestarem ajuda atempada e adequada aos necessitados.”
Recentemente, a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) estimou que mais de 20 milhões de pessoas enfrentariam insegurança alimentar na região no início de 2024, em parte devido ao efeito do El Niño. A região da África Austral é uma das mais afectadas pela seca, onde mais de 77% da produção de milho já foi perdida.
Moçambique é considerado um dos países mais severamente afectados pelas alterações climáticas globais, enfrentando ciclicamente cheias e ciclones tropicais durante a época chuvosa, que decorre entre Outubro e Abril, mas também períodos prolongados de seca severa.
O El Niño é uma alteração da dinâmica atmosférica causada por um aumento da temperatura oceânica. Este fenómeno meteorológico provocou, neste ano, chuvas torrenciais na África Oriental, com centenas de mortos em vários países, como Quénia, Burundi, Tanzânia, Somália e Etiópia.