As bolsas asiáticas acompanharam o fecho de Wall Street e terminaram maioritariamente em alta, com o mercado animado pelos últimos desenvolvimentos na questão das tarifas, ao mesmo tempo que reage aos resultados trimestrais das empresas e espera pelas contas das grandes tecnológicas norte-americanas Microsoft e Meta, divulgadas nesta quarta-feira (30).
O Presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Donald Trump, assinou nesta terça-feira (29) um decreto flexibilizando as tarifas impostas ao sector automóvel, determinando que elas não são cumulativas com outros impostos, como os do aço e do alumínio. Além disso, reduziu as taxas sobre peças importadas usadas para fabricar veículos na América, no que chamou de uma “ajuda” aos parceiros no dia em que comemorou 100 dias do seu segundo mandato.
Mas Trump não se esqueceu da China. O republicano afirmou que o país merecia as pesadas tarifas que impôs às suas exportações e antecipou que Pequim poderia encontrar uma forma de reduzir o impacto nos consumidores norte-americanos.
Na China, um indicador da actividade fabril registou o recuo mais profundo desde Dezembro de 2023, revelando os primeiros danos causados à segunda maior economia do mundo pela guerra comercial com os EUA. Após este relatório, o yuan caiu, estendendo o primeiro declínio mensal deste ano.
O Shanghai Composite acabou por ceder 0,1% e o Hang Seng de Hong Kong conseguiu terminar com ganhos de 0,2%. No Japão, o Nikkei, que já recuperou todas as perdas desde que Trump revelou as tarifas recíprocas no “Dia da Libertação”, subiu 0,53% e o Topix acelerou 0,5%, enquanto na Coreia do Sul, o Kospi recuou 0,7%, afectado pela queda das acções da Samsung.
O negócio de chips da tecnológica sul-coreana registou uma queda de cerca de 40% nos lucros, depois de os controlos de exportação dos EUA terem afectado as vendas dos semicondutores.
Pela Europa, os futuros apontam para uma abertura sem grandes alterações face ao último fecho, com os investidores a analisarem a época de resultados europeus e norte-americanos. O resultado líquido do UBS superou as estimativas, assim como a Société Générale. No automóvel, a Mercedes-Benz reviu em baixa as perspectivas para este ano devido à incerteza decorrente da guerra comercial. Já os lucros da Volkswagen caíram 40%.
O foco estará ainda na robustez da economia europeia, com os dados do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre na Zona Euro, em França, na Alemanha e em Itália a serem esta quarta-feira divulgados.