As exportações chinesas para os países de língua portuguesa registaram um aumento de 2,3% nos primeiros três meses de 2025, em comparação com o mesmo período do ano passado, segundo dados dos Serviços de Alfândega da China.
No total, as mercadorias vendidas para os mercados lusófonos somaram 19,7 mil milhões de dólares. Este valor é o mais elevado para um primeiro trimestre desde que o Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Fórum de Macau) iniciou a publicação dos dados.
A principal razão para o novo recorde foi a contribuição de Angola, cujas importações vindas da China mais que duplicaram, atingindo 1,58 mil milhões de dólares. O Brasil, apesar de uma descida de 2% em relação a 2024, continua a ser o maior comprador entre os países lusófonos, com 15,8 mil milhões de dólares em mercadorias chinesas.
Portugal ocupa agora o segundo lugar, atrás de Angola, com compras no valor de 1,48 mil milhões de dólares, o que representa um aumento de 1,3% em relação aos três primeiros meses de 2024. No entanto, as exportações dos países lusófonos para a China caíram 30,1% no mesmo período, totalizando 24,5 mil milhões de dólares.
Este valor é o mais baixo desde o início da pandemia de covid-19, em 2020. A principal responsável pela queda foi o Brasil, cujas exportações para a China caíram 34,1%, somando 19,3 mil milhões de dólares. Angola também registou uma descida, de 10,6%, para 3,87 mil milhões de dólares.
Já as exportações de Portugal para a China caíram 14,4%, para 635,3 milhões de dólares. No entanto, Moçambique teve um desempenho positivo, com um aumento de 18,5%, atingindo 484,5 milhões de dólares. A Guiné Equatorial viu uma queda de 32,1%, para 204 milhões de dólares.
Timor-Leste e São Tomé e Príncipe enfrentaram quedas de 97,4% e 53,2%, respectivamente, embora as exportações desses países para a China não tenham ultrapassado os 3 mil dólares. Cabo Verde e Guiné-Bissau não exportaram nenhum produto para a China nos primeiros três meses de 2025.
A China registou um défice comercial de 4,79 mil milhões de dólares com os países lusófonos entre Janeiro e Março. As trocas comerciais totais entre o bloco lusófono e a China somaram 44,2 mil milhões de dólares, uma redução de 18,6% face ao ano passado.
Fonte: Lusa