As acções asiáticas tocaram em máximos de um mês nesta sessão, com os investidores animados pela expectativa de que o Presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Donald Trump, possa aliviar os impactos das tarifas sobre as importações de automóveis, o que aumenta as esperanças de um adensar da guerra comercial.
O anúncio foi feito nesta segunda-feira (28) por um representante da Casa Branca, que disse que os carros importados receberiam um alívio das tarifas, separadas das que incidem sobre o alumínio e o aço. A Hyundai liderou os ganhos entre as fabricantes sul-coreanas, avançando mais de 1,5%.
As tarifas continuaram a dominar o sentimento, já que o Secretário do Tesouro, Scott Bessent, declarou à CNBC que os EUA deixaram a China de lado, enquanto procuram acordos comerciais com 15 a 17 outros países. O responsável repetiu ainda as palavras de Trump de há alguns dias, ao dizer que cabe a Pequim dar o primeiro passo para aliviar a guerra tarifária.
O Ministério do Comércio chinês afirmou que o aumento das tarifas norte-americanas perturbou o mercado mundial dos transportes aéreos e que tanto as companhias aéreas chinesas como a Boeing foram gravemente afectadas, em resposta ao facto de as transportadoras chinesas terem rejeitado novos jactos do fabricante de aviões norte-americanos.
No Japão, as bolsas estiveram encerradas devido a um feriado nacional (Friday Day), enquanto na China o Shanghai Composite acabou por ceder 0,1% e o Hang Seng de Hong Kong ficou praticamente inalterado. Na Coreia do Sul, o Kospi ganhou 0,5%.
“É preciso ter um pouco mais de cuidado quando se trata de posicionar a carteira neste momento”, afirmou Ken Wong, especialista da Eastspring Investments, numa entrevista à Bloomberg Television, acrescentando que “todos os dias recebemos notícias contraditórias sobre o que está a acontecer com as tarifas. Por isso, temos de adoptar uma abordagem um pouco mais cautelosa.”
Na Europa, os futuros europeus continuam a negociar sem alterações, num dia em que alguns gigantes europeus apresentaram os seus resultados trimestrais. O Deutsche Bank anunciou um aumento de 39% nos lucros do primeiro trimestre, mas admitiu que os efeitos das tarifas americanas já se começam a fazer sentir. A Lufthansa confirmou as suas orientações para 2025, preparando-se também para as consequências das taxas.
É ainda dia de conhecer os dados do sentimento económico da Zona Euro.