A Associação de Telecomunicações da África Austral (SATA) está a avançar com um plano ambicioso para introduzir uma tarifa única de roaming de dados padronizada em todos os países membros da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).
O roaming de dados é um serviço que permite usar a Internet no telemóvel fora do seu país de origem, através da rede de uma operadora estrangeira, sem trocar de cartão SIM.
Inspirada no modelo “Roam Like at Home” da União Europeia (UE), a iniciativa promete eliminar as dispendiosas tarifas de roaming e transformar a utilização de dados móveis transfronteiriços para milhões de viajantes em toda a região.
O anúncio foi feito durante a sessão de abertura da conferência SATA 2025, que decorreu na semana passada em Joanesburgo, onde o CEO do Grupo Telkom – empresa de telecomunicações da África do Sul -, Serame Taukobong, apresentou uma visão estratégica para uma maior coesão digital em toda a SADC.
Representantes de vários Estados membros – incluindo a África do Sul, Namíbia, Botsuana e Zâmbia – reuniram-se para discutir o futuro da colaboração regional nas telecomunicações.
No centro da proposta está a tarifa plana de roaming da SADC. Este plano visa harmonizar as taxas de comunicação em todos os países da região, permitindo que os assinantes de serviços móveis utilizem dados sem problemas e sem incorrer em custos excessivos. Segundo Taukobong, os viajantes enfrentam frequentemente taxas de roaming elevadas ou são forçados a comprar cartões SIM locais quando atravessam as fronteiras – um inconveniente que a SATA acredita já não ser aceitável num mundo cada vez mais interligado.
O responsável sublinhou que a iniciativa é mais do que uma reforma tarifária: “É uma pedra angular da estratégia de integração digital mais alargada da SADC. Ao criar uma zona de roaming unificada, a região espera facilitar uma maior cooperação económica, impulsionar o turismo e incentivar a inovação nos serviços digitais.”
O sistema tarifário de taxa fixa proposto não só beneficiará os consumidores, como também poderá estimular o crescimento dos operadores de redes móveis, aumentando o consumo de dados e a conectividade transfronteiras.
As partes interessadas estão optimistas de que, trabalhando em conjunto, os países da África Austral podem replicar o sucesso visto na Europa e posicionar a região como uma das que estão digitalmente integradas e competitivas. Se for bem-sucedida, a tarifa única da SADC poderá ser um marco histórico na transformação digital de África, ultrapassando as fronteiras nacionais e aproximando a nação da concretização da visão de uma comunicação sem descontinuidades e a preços acessíveis para todos.
Fonte: Further Africa