Uma pesquisa da Finbold, plataforma britânica de publicações financeiras e notícias sobre finanças e criptomoedas, descobriu que as vendas da Tesla (TSLA) na Europa totalizaram apenas 600 carros por dia durante o primeiro trimestre de 2025. Ou seja, o número total de veículos vendidos foi de 54 020, equivalente a 37,2% menos do que no mesmo período de 2024, quando foi de 86 027.
A empresa de Elon Musk tornou-se no grupo automóvel com o pior desempenho no período, segundo dados da ACEA, a associação que representa os fabricantes europeus.
Apesar do crescimento global de 2,8% nas vendas de automóveis na Europa em Março, para 1,423 milhões de unidades, a Tesla não só ficou à margem da recuperação, como reforçou a tendência de queda que já se vinha a acentuar desde o segundo semestre de 2024.
Este colapso nas vendas surge numa altura particularmente delicada para a Tesla. A empresa apresentou, esta semana, resultados decepcionantes: as receitas do primeiro trimestre recuaram 9%, para 19,3 mil milhões de dólares, e os lucros líquidos caíram 55% face ao mesmo período de 2024. A cotação das acções tem sido penalizada em bolsa, reflectindo o abrandamento das entregas e o aumento da pressão concorrencial, sobretudo na Europa e na China.
Ao contexto operacional desafiante soma-se um desgaste reputacional crescente, particularmente no continente europeu. A personalidade cada vez mais politizada de Elon Musk, com declarações polémicas e ligações a movimentos de extrema-direita, está a alienar uma parte relevante dos consumidores europeus, uma postura que poderá custar à Tesla 20% ou mais das suas vendas na Europa nos próximos anos.
Enquanto isso, outros fabricantes conseguem manter ou reforçar a sua presença. O Grupo Renault cresceu 13% em Março e 10% no trimestre. O Grupo Volkswagen subiu 10,3% no mês e acumula uma subida de 5,7% no ano. Já a Ford, apesar de uma quebra ligeira no acumulado, cresceu 8,3% em Março.
Mesmo grupos que também registaram quebras — como a Stellantis (-5,9%) ou a Mercedes-Benz (-8,3%) — viram recuos significativamente mais moderados do que os da Tesla.
Fonte: Jornal de Negócios