O Banco Mundial reviu em baixa a maior parte das suas previsões económicas para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) dos países africanos de língua portuguesa, mantendo a Guiné Equatorial em recessão, embora menor, e prevendo uma inflação mais elevada do que a prevista em Outubro.
De acordo com uma comparação entre as previsões de Outubro passado para 2025 e as feitas agora para este ano, apenas Cabo Verde e a Guiné Equatorial melhoraram significativamente as suas estimativas de crescimento económico, mas a Guiné Equatorial continua em recessão, que deverá ser de 3,1% em 2025, contra a projecção de queda de 4,4% feita em Outubro de 2024.
Quanto a Angola, o Banco Mundial prevê agora que o segundo maior produtor de petróleo da África Subsaariana cresça apenas 2,7%, contra os 2,9% avançados em Outubro de 2024, e faz também uma revisão importante da inflação, que há seis meses se previa ser de 16,1% e é agora de 25%, o que faz com que seja um dos únicos 14 países da região, entre 47, com uma inflação de dois dígitos.
“Angola, juntamente com a Nigéria e a África do Sul, representam um peso para o crescimento da região”, afirma o Banco Mundial, apontando que, sem estes três países, “o crescimento da região devia aumentar de 4% em 2024 para 4,5% este ano, acelerando ainda mais para 5,6% em 2026 e 2027”.
O crescimento destas três grandes economias deverá aumentar de 2,5% em 2024 para 2,9% este ano, mantendo-se em 3,1% nos próximos dois anos, e sempre abaixo da taxa registada entre 2000 e 2019, quando a média foi de 4,4% ao ano.
No relatório, o organismo revê também a expansão económica de Moçambique, na sequência da crise pós-eleitoral, de 4% para 3% este ano, agravando a inflação de 2,8% para 5,5%, e melhora a previsão para Cabo Verde, que deverá crescer 5,9% este ano, mais um ponto percentual do que a previsão feita em Outubro do ano passado.
A Guiné-Bissau deverá registar uma expansão de 5,1%, praticamente igual à previsão de 5% feita em Outubro de 2024, e São Tomé e Príncipe tem uma ligeira revisão em baixa, de 3,3% para 3,1%.
Fonte: Lusa