O chefe do Estado, Daniel Chapo, afirmou nesta quinta-feira, 24 de Abril, que, apesar dos desafios, o País registou progressos significativos que auxiliaram o desenvolvimento socioeconómico a vários níveis, sobretudo nos sectores da educação, saúde e infra-estruturas.
“Houve avanços no sector da saúde, com o aumento do número de médicos especialistas de diferentes áreas, e também a expansão da rede eléctrica, assegurando o fornecimento da energia em todos os distritos nacionais”, afirmou o governante durante um comício no distrito de Mutarara, na província central de Tete.
Segundo o Presidente da República, há que destacar avanços na expansão do ensino superior, que actualmente conta com mais de 50 universidades, bem como a evolução das vias de acesso ligando vários pontos de Moçambique. “Quando alcançámos a independência, 97% da população não sabia ler nem escrever, do Rovuma ao Maputo, mas hoje o cenário alterou-se”, recordou.
Na sua intervenção, Daniel Chapo exortou ao fim “das destruições no País”, insistindo: “Precisamos de um ambiente livre e democrático, onde ninguém deve ser obrigado a ser membro de qualquer formação partidária.”
Recentemente, Chapo apelou à união dos moçambicanos para o alcance da independência económica nacional. “Sobre os alicerces da independência económica, o importante é que cada um de nós faça a sua parte, na machamba [campos de cultivo], no trabalho, na barraca, na empresa, em todos os locais onde nós nos encontramos, duplicando o seu esforço e dedicação no seu local de trabalho e na sua área de actuação.”
O Governo vai garantir políticas públicas que vão tornar mais “viáveis” os investimentos nacionais e estrangeiros. “Vamos tornar mais viável o ambiente de negócios para a criação de mais empregos, renda e habitação para o povo, principalmente para a juventude. Mais infra-estruturas públicas e privadas, mais água, mais educação de qualidade e em quantidade, mais saúde, maior produção”, afirmou o Presidente.
Moçambique viveu quase cinco meses de tensão pós-eleitoral, um momento marcado por manifestações gerais que originaram a morte de 390 pessoas durante os confrontos entre os civis e a polícia. A agitação que causou prejuízos avultados para a economia foi incentivada pelo ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane que não reconhece os resultados das eleições de 9 de Outubro cuja vitória foi da Frelimo e do seu candidato, Daniel Chapo.
Em Abril, o Parlamento aprovou, por unanimidade, aclamação e em definitivo, a lei do acordo político para pacificar o País, incluindo a revisão da Constituição da República e dos poderes do Presidente. O dispositivo legal, aprovado pelas quatro bancadas que compõem o Parlamento moçambicano, tem por base o acordo entre o chefe do Estado, Daniel Chapo, e todos os partidos políticos, assinado no passado dia 5 de Março e submetido à Assembleia da República para apreciação com carácter de urgência.