Os preços do petróleo registam ligeiros avanços e seguem a recuperar da queda registada nesta quarta-feira (23), numa altura em que os traders continuam a avaliar as tensões comerciais entre os Estados Unidos da América (EUA) e a China.
Isto apesar de uma maior oferta da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados (OPEP+), liderada pela Arábia Saudita e pela Rússia.
O West Texas Intermediate (WTI) – de referência para os EUA – avança 0,77% para os 62,75 dólares por barril. Já o Brent – de referência para o continente europeu – segue a valorizar 0,67% para os 66,56 dólares por barril.
Vários membros do grupo de produtores de crude liderados pela Arábia Saudita e pela Rússia deverão recorrer a um novo aumento da oferta de “ouro negro” em Junho, à medida que se agrava uma disputa sobre o cumprimento das quotas, informou a Reuters, citando pessoas familiarizadas com o assunto. Ainda assim, os preços do petróleo seguem, esta manhã, a recuperar de algumas perdas registadas na quarta-feira.
“As crescentes tensões no seio do grupo, em particular com o Cazaquistão, têm alimentado o receio de uma guerra de preços entre os países produtores de petróleo”, explica a Bloomberg. A OPEP+ irá reunir-se a 5 de Maio para tomar uma decisão final sobre uma eventual nova “abertura de torneiras” em Junho.
“A discórdia interna na OPEP+ ampliou os riscos de queda na oferta de petróleo, enquanto as persistentes tensões tarifárias continuam a pesar sobre o sentimento macro”, afirmou à Bloomberg Zhou Mi, analista de um instituto de pesquisa afiliado à Chaos Ternary Futures, explicando que “contra este pano de fundo, o crude pode retomar a sua tendência de queda.”
O petróleo caiu acentuadamente este mês devido às preocupações de que as tarifas dos EUA e as contramedidas apresentadas por alguns dos seus maiores parceiros comerciais desacelerem a actividade económica a nível global, influenciando negativamente a procura de crude. E embora haja sinais de abrandamento das tensões entre Washington e Pequim, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, afirmou que o Presidente dos EUA, Donald Trump, não se ofereceu para reduzir as taxas numa base unilateral.