A empresa Moçambique Dugongo Cimentos, localizada em Matutuine, província de Maputo, na região Sul do País, é uma das candidatas escolhidas para o leilão promovido pelo Estado angolano para a privatização da unidade de cimento do grupo empresarial China International Fund (CIF).
Em comunicado, o Instituto de Gestão de Activos e Participação do Estado (IGAPE) indicou que vão a leilão, nos próximos dias, cinco empresas das áreas de bebidas, cimentos, logística e automóvel, a destacar a Fábrica de Cimento CIF, o Centro de Logística CIF, a Fábrica de Cerveja (CIF Lowenda) e a Unidade de Montagem de Automóveis CIF.
“Foram qualificadas para concorrer à privatização da Fábrica de Cerveja (CIF Lowenda) as seguintes empresas com leilão na próxima quinta-feira, 24 de Abril: a chinesa Rushan Shuguang Cerveja LTD e a Unique Beverages (pertencente ao grupo indiano Noble Group).”
Na corrida à Fábrica de Cimento e ao Centro de Logística CIF, com leilão previsto para a próxima segunda-feira, 28 de Abril, foram aprovados os consórcios angolano Griner/Ciment/Mercons e o chinês H&S/Yupeng, bem como as empresas Huaxin Cement, LTD (chinesa) e a Moçambique Dugongo Cimentos.
Na publicação, a Lusa esclareceu que o único concorrente qualificado para a fábrica de montagem de automóveis é a empresa OPAIA S.A., do empresário angolano Agostinho Kapaia.
A CIF é uma empresa privada chinesa com sede em Hong Kong e um escritório em Pequim, fundada em 2003 para financiar projectos de reconstrução nacional e desenvolvimento de infra-estruturas nos países em desenvolvimento, principalmente em África
Dezenas de imóveis e indústrias pertencentes ao CIF foram apreendidos em 2020 pelo Serviço Nacional de Recuperação de Activos da Procuradoria-Geral da República (PGR), no âmbito de investigações relacionadas com o combate à corrupção e recuperação de bens pagos com fundos públicos.
A CIF é uma empresa privada chinesa com sede em Hong Kong e um escritório em Pequim, fundada em 2003 para financiar projectos de reconstrução nacional e desenvolvimento de infra-estruturas nos países em desenvolvimento, principalmente em África.
Leopoldino Fragoso do Nascimento e Helder Vieira Dias (dois antigos governantes), a CIF Angola, bem como as empresas Plansmart International Limited e Utter Right International Limited estão actualmente a ser julgados por alegado envolvimento em crimes de peculato, burla por defraudação, falsificação de documentos, associação criminosa, abuso de poder, branqueamento de capitais e tráfico de influências.
As empresas terão alegadamente sido usadas pelos arguidos para montarem um esquema envolvendo um acordo de financiamento entre Angola e a China para apoiar a reconstrução nacional, após a guerra civil, do qual fazia parte também a China international Fund, as suas subsidiárias e a Sonangol, cujo ex-presidente Manuel Vicente é citado várias vezes na acusação.