Os índices asiáticos fecharam em alta e os futuros europeus e americanos apontam para aberturas no verde depois de a Administração dos Estados Unidos da América (EUA) ter retirado alguma da pressão que tem agitado os mercados financeiros nas últimas sessões, tanto no que toca às tarifas, como nos ataques ao presidente da Reserva Federal (Fed) norte-americana, Jerome Powell.
As acções asiáticas apoiaram-se no crescente optimismo em relação às discussões sobre as barreiras ao comércio dos EUA com a Índia e o Japão, mas também na diminuição das tensões comerciais com a China.
Os sinais de progresso nalgumas negociações comerciais ajudaram a melhorar o sentimento do mercado, com o Presidente dos EUA, Donald Trump, e o secretário do Tesouro, Scott Bessent, a afirmarem que o impasse com a China irá abrandar.
Além disso, na terça-feira (21), Trump disse que não tinha intenção de despedir Powell, apesar da sua frustração com o facto de a Fed não estar a agir mais rapidamente para reduzir as taxas de juro. Isto depois de o Presidente norte-americano ter posto em causa a independência do banco central dos EUA.
Apesar do recuo de Trump em relação a Powell e dos progressos nas negociações sobre as tarifas terem aliviado algumas preocupações imediatas, não resolvem os receios em relação ao impacto das taxas alfandegárias na inflação e sobre a possibilidade de se assistir a uma recessão na maior economia mundial.
“Embora ainda seja cedo, o humor do mercado está evidentemente a mudar”, escreveu à Bloomberg Chris Weston, chefe de pesquisa do Pepperstone Group.
Na Ásia, o Nikkei do Japão subiu 1,89%, enquanto o Topix pulou 2,09%. Já na China, o Shanghai Composite manteve-se praticamente inalterado com um deslize de 0,053% e o Hang Seng de Hong Kong valorizou 2,27%. Pela Europa, os futuros do Eurostoxx 50 avançam 0,53%.
A China ainda não reagiu oficialmente aos últimos comentários da Administração Trump sobre as negociações comerciais. “Embora os mercados financeiros possam inicialmente reagir, de forma favorável, às observações de Trump, a desconfiança em relação às suas políticas permanece profunda”, explicou à Bloomberg Yoshimasa Maruyama da SMBC Nikko Securities.
Trump afirmou que planeia ser “muito simpático” com a China em quaisquer negociações comerciais e que as tarifas vão descer se os dois países conseguirem chegar a um acordo, um sinal de que poderá estar a recuar na sua posição dura em relação a Pequim.
O Presidente dos EUA salientou ainda que as tarifas finais sobre a China não estarão “nem perto” do nível de 145% estabelecido: “As tarifas vão baixar substancialmente, mas não vão ser zero”, declarou Trump, destacando que “nós vamos ser muito simpáticos e eles vão ser muito simpáticos, e vamos ver o que acontece.”
Os EUA também afirmaram ter feito “progressos significativos” no sentido de um acordo comercial bilateral, na sequência das conversações entre o vice-presidente norte-americano, James David Vance, e o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi.