A produção industrial em Angola cresceu 2,2% no quarto trimestre de 2024, face ao mesmo período de 2023, segundo o relatório do Índice de Produção Industrial (IPI). O aumento foi registado apesar da queda de 3,1% nas indústrias extractivas, que têm o maior peso no índice geral.
A expansão foi impulsionada pelas indústrias transformadoras, com uma subida homóloga de 11,9%, representando 10,1% do índice. Também contribuíram a produção e distribuição de electricidade, gás e vapor, com um aumento de 10,8%, e o fornecimento de água, que cresceu 40,2%.
Apesar do crescimento, o desempenho global mostra uma desaceleração de 0,6 pontos percentuais em relação ao mesmo trimestre do ano anterior. Em termos trimestrais, a produção industrial registou uma queda de 0,2%, influenciada pela redução de 4,2% nas actividades extractivas.
O IPI avalia o desempenho das indústrias extractivas, transformadoras, da produção e distribuição de electricidade, gás e vapor, e do sector de água e saneamento. A indústria extractiva lidera com 87,2% de peso no índice, apesar da sua queda no período em análise.
Na indústria extractiva, a extracção de petróleo, com um peso de 85,3%, caiu 4,7%, enquanto a extracção de diamantes, que representa quase 2%, cresceu 38%. Este crescimento ficou a dever-se ao arranque da mina do Luele, aos investimentos em Catoca e a novos projectos diamantíferos.
Nas indústrias transformadoras, destacaram-se os crescimentos na produção de produtos petrolíferos e químicos (31%), nas bebidas e tabaco (6,3%), na indústria da madeira (5,5%) e nos produtos alimentares (5,4%). Os têxteis cresceram 3,7% e as metalúrgicas 3%.
O sector transformador teve um crescimento global de 11,9% em comparação com o mesmo período de 2023. “A produção industrial em Angola está a crescer, embora ainda exista um longo caminho até à auto-suficiência”, referiram os gestores e empresários do sector.
A redução das dificuldades na aquisição de bens intermédios ajudou a impulsionar a produção de bens de consumo. Para 2025, as autoridades angolanas mantêm uma perspectiva mais optimista quanto ao desempenho da indústria transformadora.
Fonte: Jornal Expansão