O porto de Nacala, na província nortenha de Nampula, recebeu, na semana passada, a primeira embarcação de cabotagem no âmbito do relançamento das ligações marítimas entre os principais portos nacionais. A iniciativa visa revitalizar o transporte costeiro de mercadorias, promovendo o comércio interprovincial e reduzindo os custos logísticos.
A embarcação PRINCE, pertencente à empresa Moçambique Dugongo, transportava cimento produzido na unidade fabril da companhia localizada na província de Maputo. A operação marca o reinício formal da cabotagem comercial em Moçambique, com a expectativa de descongestionar as estradas nacionais e diminuir o número de acidentes rodoviários causados por veículos de transporte pesado.
Unaite Mustafa, presidente do conselho de administração da Autoridade Reguladora do Transporte Marítimo (ITRANSMAR), esteve presente no desembarque e destacou o potencial da cabotagem para transformar a logística nacional, sublinhando que a medida representa uma oportunidade estratégica para aliviar o sistema rodoviário e optimizar a distribuição interna de mercadorias.
Apelou, por isso, ao envolvimento do sector privado, incentivando as empresas a transferirem para o mar parte das cargas actualmente movimentadas por estrada. Segundo avançou, cada embarcação deverá efectuar, em princípio, três viagens mensais.
O administrador da área de operações da Dugongo Moçambique, Issufo Aly, confirmou que o regresso do navio PRINCE a Maputo estava previsto para o fim-de-semana, e revelou que está em curso um plano para criação de pontos de consolidação de carga, a fim de garantir que as embarcações não regressem vazias.
Durante a estadia em Nacala, as autoridades visitaram igualmente as obras de construção da nova unidade fabril da Dugongo Cimentos, que deverá produzir cerca de 13 mil toneladas de cimento por mês. A produção será destinada tanto ao mercado interno como à exportação para países do hinterland, como o Maláui e a Zâmbia, aproveitando a posição estratégica do porto.
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