As perspectivas de uma pausa nas tarifas sobre o sector automóvel animaram as bolsas japonesas. Donald Trump admitiu a possibilidade de dar um passo atrás na sua política comercial na segunda-feira (14), embora a sua administração tenha avançado nos planos para impor taxas aduaneiras a semicondutores e fármacos.
Os índices japoneses foram os que mais beneficiaram com esta possível isenção, com empresas como a Toyota e a Honda a saltarem cerca de 4%. Os dois índices de referência nipónicos encerraram a sessão em território positivo, com o Nikkei 225 e o Topix a crescerem 0,85% e 1,05%, respectivamente.
“Trump está a mostrar alguns sinais de flexibilidade em relação à sua política comercial e isto está a trazer alguma consolidação ao mercado”, explica Yusuke Sakai, analista da T&D Asset Management. Os mercados globais arrancaram a semana a recuperar de uma série de sessões bastante voláteis, que apagaram mais de 10 biliões de dólares das bolsas mundiais.
No entanto, o alívio não chegou esta terça-feira à China. Depois do rally de segunda-feira, quando o Hang Seng, de Hong Kong, valorizou mais de 2%, a sessão de hoje foi de correcção, com o índice a cair 0,54%. O sentimento alastrou-se à China continental, com o CSI 300 a ceder 0,26% e o Shanghai Composite a perder 0,1%.
A segunda maior economia do mundo vai divulgar esta quarta-feira (16) os dados da evolução do Produto Interno Bruto (PIB) referentes ao primeiro trimestre do ano. Para Yan Wang, analista da Alpine Macro, esta leitura vai ser essencial para perceber o tipo de incentivos que Pequim vai adoptar no curto prazo.
“Esperamos que as políticas de incentivo fiscal assumam a dianteira, incluindo apoios ao desenvolvimento de infra-estruturas, à aquisição de habitação e à modernização. Com o enfraquecimento do dólar, o banco central chinês também se deve sentir mais à vontade para cortar os juros”, explica Wang, numa nota acedida pela CNBC.
Nas restantes principais praças asiáticas, o sul-coreano Kospi avançou 0,95%, o australiano S&P/ASX 200 cresceu 0,21% e o indiano Nifty 50 saltou 2,11%.
Na Europa, e depois da grande recuperação de ontem, o Euro Stoxx 50 aponta para uma abertura no vermelho, a corrigir 0,3%.