O Banco de Moçambique (BdM) admite um risco de aumento da inflação a médio prazo, devido ao agravamento do “risco fiscal”, nomeadamente num contexto de dificuldade de mobilização de recursos para o Orçamento do Estado (OE).
No Relatório de Conjuntura Económica e Perspectivas de Inflação, o banco central evidencia que, nos últimos tempos, os riscos e incertezas associados às projecções da inflação aumentaram, e estão associados a vários factores, com destaque para os choques climáticos.
“Destacam-se como prováveis factores de aumento da inflação, no médio prazo, os impactos do agravamento do risco fiscal, num contexto de crescentes desafios para a mobilização de recursos financeiros para o OE, e os efeitos dos choques climáticos e da tensão pós-eleitoral sobre os preços de bens e serviços”, descreve a instituição financeira.
Contudo, o Banco de Moçambique mantém a previsão de “inflação de um dígito no médio prazo, a reflectir, essencialmente, a estabilidade do metical e o impacto das medidas tomadas pelo Comité de Política Monetária (CPMO), que progressivamente tem vindo a descer a taxa de juro.”
“Moçambique registou um aumento de preços na ordem de 0,52%” face a Janeiro (1,45%), em que se destacou, como nos meses anteriores, a alimentação e bebidas não alcoólicas, ao contribuir no total da variação mensal com 0,33 pontos percentuais positivos”, argumentou o Índice de Preços no Consumidor (IPC) do INE.
Trata-se da sexta subida mensal consecutiva, depois de o IPC ter registado quatro meses de deflação: 0,11% em Agosto, 0,05% em Julho, 0,21% em Junho e 0,38% em Maio.