O Governo de Moçambique declarou não ter identificado qualquer notificação ou documentação oficial que indicasse a expulsão da empresa Fly Modern Ark (FMA) do Zimbabué ou de outro mercado internacional. A informação foi avançada pelo ministro dos Transportes e Logísticas, João Matlombe, durante uma sessão parlamentar de esclarecimentos solicitada pelos deputados.
Segundo o governante, as alegações relativas ao alegado historial negativo da FMA apenas surgiram após a assinatura do contrato com a companhia, tendo circulado principalmente através da imprensa e das redes sociais.
“Durante o processo de pesquisa efectuado antes da celebração do acordo, não foi encontrada nenhuma referência oficial que apontasse irregularidades graves ou expulsão da Fly Modern Ark de qualquer país”, afirmou Matlombe.
O ministro reconheceu, contudo, que o contrato celebrado com a empresa para a gestão de transição das Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) não contemplava mecanismos específicos de responsabilização, uma omissão que classificou como “uma lição institucional.”
“Hoje, reconhecemos essa lacuna como um ponto a melhorar e reforçamos o nosso compromisso de estabelecer, no futuro, critérios mais rigorosos na selecção e monitorização de parceiros estratégicos”, sublinhou.
Matlombe contextualizou ainda que a decisão de procurar um parceiro externo decorreu da situação financeira crítica da LAM, que tem acumulado prejuízos devido à sua estrutura de custos elevados. Após tentativas falhadas de atrair investidores, o Governo optou por um memorando de entendimento com a Fly Modern Ark como solução de curto prazo para viabilizar a recuperação da companhia aérea nacional.
O Executivo reafirma agora a intenção de rever e aprimorar os seus processos de verificação, de modo a garantir maior transparência, segurança jurídica e responsabilização em futuras parcerias, especialmente nas áreas estratégicas da economia.
Fonte: O País