O Banco de Moçambique (BdM) avançou que o Investimento Directo Estrangeiro (IDE) em Moçambique situou-se nos 3,5 mil milhões de dólares (221,2 mil milhões de meticais) em 2024, um crescimento de 41,5%, se comparado com os 2,5 mil milhões de dólares (158 mil milhões de meticais) registados em 2023.
Conforme o relatório estatístico do banco central, em 2022 o IDE fixou-se nos 2,4 mil milhões de dólares, sendo que o valor mais alto foi notificado em 2021, quando os números atingiram os 5,1 mil milhões de dólares.
O crescimento do IDE reflecte a crescente confiança dos investidores internacionais em Moçambique, que olham o País como um centro estratégico para grandes investimentos no sector energético da África Austral. O Banco de Moçambique destaca que “os investimentos de grandes multinacionais são um reflexo da sua crescente importância como um hub energético na região.”
Além do impacto nos grandes projectos energéticos, o relatório salienta que a maioria dos recursos foi direccionada para a infra-estrutura e outros sectores ligados aos recursos naturais. “Este investimento tem contribuído para a melhoria do desenvolvimento de infra-estruturas no País, com um reflexo positivo nas comunidades locais, criando empregos e impulsionando o crescimento económico.”
O impacto do aumento do IDE também se reflecte na criação de emprego e melhoria das condições de vida nas áreas afectadas pelos grandes projectos. “O desenvolvimento de infra-estruturas associadas a esses investimentos tem levado à criação de postos de trabalho e ao aumento do padrão de vida em várias regiões”, enfatiza o relatório.
Entretanto, a instituição financeira alerta também para os desafios que o País ainda enfrenta, como a necessidade de garantir um ambiente seguro e estável para os investidores. “Embora os indicadores mostrem uma tendência positiva, é fundamental que o País continue a garantir a estabilidade política e a segurança, para que os fluxos de investimento não sejam prejudicados”, conclui o documento.
Anteriormente, o Governo estimou que o IDE no País deveria duplicar em 2024, impulsionado pelos negócios de exploração do gás natural liquefeito (GNL) que acontecem na bacia do Rovuma, na província de Cabo Delgado, Norte de Moçambique.
Nos documentos de suporte ao Plano Económico e Social do Orçamento do Estado (PESOE) do ano passado, o Executivo apontou que o IDE iria crescer para 4,7 mil milhões de dólares, montante que não atingiu.