A Altona Rare Earths, empresa cotada na bolsa de Londres, anunciou a descoberta de mineralização de alto grau de gálio no seu projecto de terras raras e espatoflúor de Monte Muambe, localizado em Moatize, na província de Tete. A empresa reportou concentrações de gálio de até 232 gramas por tonelada (g/t), um metal estratégico amplamente utilizado em tecnologias de ponta, informou esta terça-feira, 1 de Abril, o portal de notícias Mining Weekly.
O órgão explica que a descoberta foi feita na zona de “Fluorite” e no “Alvo 6”, destacando-se a intercepção “MM039”, que revelou uma mineralização contínua desde a superfície até 100 metros de profundidade, com um teor médio de 77 gramas por tonelada (g/t) de gálio e uma secção de 14,89 metros com 141 g/t. O furo “MM040”, localizado no “Alvo 6”, também confirmou altos teores de gálio.
Impacto económico e estratégico
O gálio é um metal raro usado na produção de radares, semicondutores e LED, sendo considerado uma matéria-prima estratégica por diversas jurisdições, incluindo a União Europeia. A China detém quase um monopólio sobre a sua produção, e a recente proibição de exportação para os EUA fez com que o preço do metal atingisse 585 dólares por quilograma (dólares/kg) em Dezembro de 2024, o maior valor desde 2011. Actualmente, o preço estabilizou em cerca de 250 dólares/kg.
A Altona acredita que a descoberta pode mudar a economia dos minérios de terras raras em Monte Muambe, acrescentando um subproduto valioso à sua exploração. A empresa planeia avaliar a recuperabilidade do gálio, iniciando estudos para determinar a mineralogia exacta da mineralização.
O gálio é um metal raro usado na produção de radares, semicondutores e LED, sendo considerado uma matéria-prima estratégica por diversas jurisdições, incluindo a União Europeia. A China detém quase um monopólio sobre a sua produção (…)
Próximos passos
O Mining Weely explica que a empresa também irá analisar a base de dados de amostras de solo do local para identificar possíveis anomalias de gálio e ampliar os trabalhos de exploração para determinar a extensão lateral da mineralização.
Paralelamente, avançam os estudos para a exploração de espatoflúor. Amostras foram enviadas ao laboratório Peacocke & Simpson, no Zimbabué, para testes de separação por gravidade e flutuação. Apesar de atrasos logísticos devido à instabilidade pós-eleitoral no País, os resultados são esperados em Abril.
O CEO da Altona, Cedric Simonet, destacou que Monte Muambe já apresenta um potencial significativo para exploração de terras raras e espatoflúor. “A descoberta da mineralização de gálio em áreas menos exploradas do carbonatito reforça o potencial do local. Avaliaremos cuidadosamente a possibilidade de recuperar gálio como subproduto e explorar a sua extensão em superfície”, afirmou Simonet.