Moçambique poderá vir a tornar-se o principal ponto de entrada para o turismo na África Austral, à luz da iniciativa Triland, que reúne representantes governamentais e operadores do sector de Moçambique, do Reino do Essuatíni e da província sul-africana de Mpumalanga. O projecto visa consolidar a região como um destino turístico integrado, competitivo e atractivo para o mercado internacional.
A capital moçambicana acolheu esta segunda-feira (31) um encontro estratégico entre autoridades dos três territórios, operadores privados e agências de turismo, com o objectivo de operacionalizar o projecto Triland e definir mecanismos de promoção conjunta da região enquanto destino de referência mundial.
Para o secretário de Estado do Turismo, Fredson Bacar, Moçambique assume um papel central na articulação entre os países vizinhos, não apenas pela sua localização geográfica, mas também pela riqueza natural e cultural que oferece.
“Estamos reunidos não apenas como três nações separadas, mas como uma região unida por um propósito comum: criar um corredor turístico que potencie as nossas singularidades e promova experiências integradas para o viajante moderno”, declarou.
A iniciativa Triland teve início formal em 2009, com a assinatura de um memorando de entendimento durante a feira de turismo Indaba, na África do Sul. Desde então, foram sendo aprofundadas as acções conjuntas, culminando agora numa nova etapa de implementação, mais robusta e ambiciosa.
“Acreditamos no poder transformador da cooperação regional. O turismo evoluiu, os viajantes procuram autenticidade, ligação com as comunidades e experiências que transcendam fronteiras. A nossa missão é criar essa viagem notável”, frisou Bacar, sublinhando que os três países têm agora o desafio de melhorar a conectividade, facilitar a circulação entre fronteiras e assegurar uma oferta conjunta coesa.

Segundo o director-geral do Instituto Nacional de Turismo (INATUR), Richard Baulene, o projecto tem demonstrado avanços concretos. “O Triland permite-nos mostrar o melhor dos nossos hábitos, usos e costumes. É uma excursão de descoberta e partilha que nos aproxima como povos e como parceiros no desenvolvimento”, afirmou, acrescentando que já se equaciona a integração de outros países da África Austral na iniciativa.
O encontro em Maputo marcou também o encerramento de uma excursão de três dias pelas regiões envolvidas, com participação activa de delegações de Essuatíni e da África do Sul. O evento contou ainda com painéis de debate sobre os desafios e perspectivas do turismo regional, bem como a avaliação do grau de implementação do acordo tripartido.
Apesar dos progressos, a iniciativa Triland enfrenta entraves como a necessidade de agilizar as travessias fronteiriças, garantir uma distribuição equitativa dos benefícios e preservar o património natural e cultural partilhado.
Ainda assim, os intervenientes mostram-se confiantes. “O verdadeiro turismo nasce no sector privado. O nosso papel, como Governo, é criar as condições para que floresça”, concluiu Fredson Bacar.
Fonte: Agência de Informação de Moçambique