O número de contas nas Instituições de Moeda Electrónica (IME) continua a crescer a um ritmo acelerado, tendo registado um aumento de 18,5% em 2024, para um total de 19,8 milhões. Este valor representa mais do triplo das contas bancárias tradicionais, que, apesar de um crescimento de 10% no mesmo período, totalizam apenas 6,2 milhões, segundo dados do Banco de Moçambique (BdM).
De acordo com um relatório estatístico do banco central, o número de contas bancárias no País subiu de 5,7 milhões no final de 2023 para 6,2 milhões em Dezembro de 2024. No entanto, o avanço do sector bancário tradicional não acompanhou a rápida expansão das plataformas digitais, que adicionaram cerca de três milhões de novas contas no mesmo período.
O crescimento das contas de moeda electrónica tem sido notável nos últimos anos. Em 2020, havia apenas 10,8 milhões de contas nessas plataformas – menos de metade do total actual.
A evolução do mercado financeiro digital também se reflecte noutras estatísticas. O número de cartões bancários em circulação registou uma redução de quase 6% no último ano, situando-se agora em mais de 3,2 milhões. Já a rede de agências bancárias físicas manteve-se praticamente inalterada, passando de 653 para 654 unidades, cobrindo 142 dos 154 distritos do País.
Actualmente, existem, em Moçambique, três instituições de moeda electrónica, todas operadas pelas maiores empresas de telecomunicações, permitindo a realização de transferências de dinheiro, pagamentos de serviços e outras transacções directamente através do telemóvel. Esta alternativa tem facilitado o acesso da população a serviços financeiros, sobretudo em zonas rurais, onde a presença da banca tradicional é mais limitada.
O Banco de Moçambique destacou, em Outubro passado, que a modernização das infra-estruturas de pagamento e a introdução de novas tecnologias aceleraram a inclusão financeira no País. Segundo o mais recente relatório de conjuntura económica e perspectivas de inflação, a percentagem da população adulta com acesso a serviços financeiros digitais passou de 68,5% em Dezembro de 2022 para 94,5% em Junho de 2024.
Este crescimento expressivo deve-se, entre outros factores, à introdução da interoperabilidade entre as três instituições de moeda electrónica, que agora operam de forma integrada com bancos, microbancos e outros prestadores de serviços financeiros, através da plataforma SIMOrede.
Além disso, o número de agentes pequenos operadores que prestam serviços financeiros em nome das plataformas digitais aumentou 12,2% no primeiro semestre de 2024, ultrapassando os 252 mil e cobrindo todos os distritos do País.
Fonte: Lusa