A Assembleia-Geral da Bolsa de Valores de Moçambique (BVM) nomeou na terça-feira, 11 de Março, Pedro Frederico Cossa para o cargo de presidente do Conselho de Administração (PCA) da instituição financeira, uma decisão tomada durante uma sessão realizada na Cidade de Maputo. A nomeação de Cossa representa um passo para a continuidade do desenvolvimento da BVM, num contexto de evolução crescente do mercado financeiro no País.
De acordo com informações divulgadas esta quarta-feira, 12 de Março, pelo jornal notícias, Pedro Cossa ingressou na BVM em 2009 e, ao longo da sua carreira na instituição, desempenhou funções de destaque, incluindo a de director-adjunto de operações. A sua experiência acumulada ao longo de mais de uma década na bolsa de valores poderá ser importante para o novo cargo.
Antes de ser nomeado PCA, Cossa ocupava o cargo de administrador financeiro na Empresa Municipal de Mobilidade e Estacionamento da Cidade de Maputo, função que assumiu em Julho de 2024, o que demonstra a sua versatilidade e capacidade de liderança em diferentes sectores da administração pública e financeira.
O novo responsável pela BVM tem também uma experiência política e associativa: já foi secretário-geral da Organização da Juventude Moçambicana e exerceu o cargo de deputado na Assembleia da República, representando a bancada parlamentar da Frelimo.
A BVM era anteriormente presidida por Salim Crípton Valá, que assumiu a liderança da instituição até ser nomeado, em Janeiro de 2025, como ministro de Planificação e Desenvolvimento. Durante o tempo em que esteve à frente da BVM, Valá teve um papel crucial na modernização e crescimento da bolsa de valores, destacando-se na implementação de novas políticas e estratégias para o fortalecimento do mercado de capitais no País.
Em Fevereiro de 2025, durante a 17.ª edição do Economic Briefing, promovida pela Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), Alcino Michaque, administrador-executivo da BVM, destacou a importância crescente do mercado de capitais como alternativa de financiamento para as empresas nacionais. Michaque sublinhou que, ao contrário de outros sectores da economia, a BVM registou um crescimento significativo no último trimestre de 2024, impulsionado principalmente pelo segmento de dívida. Este segmento tem sido um dos principais motores da dinâmica da bolsa, graças à emissão contínua de Obrigações do Tesouro pelo Estado, que tem tido um impacto positivo nos indicadores da BVM.
“Os grandes indicadores da nossa bolsa tiveram um comportamento positivo, especialmente a capitalização bolsista e o rácio entre a capitalização e o PIB, que reflectem a evolução do mercado ao longo do ano, com destaque para o último trimestre”, afirmou Michaque, evidenciando a robustez do mercado, mesmo num contexto económico desafiante.