As autoridades malauianas revelaram que os protestos pós-eleitorais que aconteceram em Moçambique forçaram o atraso das obras de construção da linha de energia entre os dois países, sublinhado que os trabalhos só serão concluídos em Outubro.
Trata-se de uma infra-estrutura, cujo acordo foi assinado em 2013. Tem uma extensão de 218 quilómetros, orçada em 62 milhões de dólares, uma capacidade de transmissão de 400 kV (quilovolt) e parte da subestação de Matambo, na província de Tete, até à fronteira com o Maláui, em Zobué.
O director de Operações da Electricity Supply Corporation of Maláui (ESCOM), Maxwell Mulimakwenda, destacou que as actividades no País estão atrasadas há mais de dois meses, o que vai dificultar a entrega da empreitada em Junho deste ano, conforme o previsto.
“Do lado do Maláui, as obras estão já numa fase conclusiva, e até ao final de Março vamos começar com as acções de supervisão”, salientou o responsável citado pela Rádio Moçambique.
Os fundos usados para a construção da linha resultaram de um financiamento de quatro parceiros – Banco Mundial, União Europeia e os governos da Noruega e da Alemanha.
Recentemente, o Executivo revelou, após uma sessão do Conselho de Ministros, que, durante as manifestações gerais, mais de mil infra-estruturas foram destruídas, causando prejuízos avultados para o sector económico.
O porta-voz do Governo, Inocêncio Impissa, avançou que, do levantamento efectuado, foram contabilizadas 19 fábricas e indústrias, 177 escolas, 23 armazéns comerciais, 1677 estabelecimentos comerciais e 13 farmácias, que estão totalmente danificadas.
“Os manifestantes também destruíram 27 unidades sanitárias, 23 ambulâncias, 293 edifícios públicos, 176 postos de rede de energia eléctrica, 12 transformadores eléctricos, 58 torres de comunicação, 220 veículos do Estado, 164 casas governamentais e 108 casas de cidadãos particulares.”
As manifestações provocaram uma agitação generalizada, resultando em mais de 300 mortes, de acordo com organizações de direitos humanos.