O presidente do Tribunal Supremo, Adelino Muchanga, fez saber que são necessários 4 milhões de dólares (252,8 milhões de meticais) para reabilitar ou reconstruir oito edifícios de tribunais erguidos no âmbito da iniciativa presidencial “Um Distrito, Um Tribunal Condigno”, que foram vandalizados no contexto das manifestações gerais.
“Estamos a falar de um prejuízo de 4 milhões de dólares, alguns edifícios são recuperáveis, mas outros terão de sofrer uma intervenção de vulto. Muitos deles foram vandalizados ou completamente destruídos, principalmente nas províncias da Zambézia e Nampula. Na província de Maputo, tivemos o tribunal de Infulene que sofreu danos que podem ser reparados, o mesmo acontecendo com o tribunal de Kamaxakeni, na cidade de Maputo”, explicou o responsável.
No que diz respeito aos processos afectados, Muchanga explicou que está a ser feito o levantamento do número exacto não só dos autos destruídos, mas também dos que vêm da era colonial.
“Ainda se está a fazer a contagem física para percebermos qual é a verdadeira dimensão dos prejuízos, mas também já estamos no processo de reforma dos autos. Os cidadãos que tiveram os seus processos destruídos nos tribunais estão a requer a reforma dos mesmos.”

Recentemente, o Executivo revelou, após uma sessão do Conselho de Ministros, que, durante as manifestações gerais, mais de mil infra-estruturas foram destruídas, causando prejuízos avultados para o sector económico.
O porta-voz do Governo, Inocêncio Impissa, avançou que, do levantamento efectuado, foram contabilizadas 19 fábricas e indústrias, 177 escolas, 23 armazéns comerciais, 1677 estabelecimentos comerciais e 13 farmácias, que estão totalmente danificadas.
“Os manifestantes também destruíram 27 unidades sanitárias, 23 ambulâncias, 293 edifícios públicos, 176 postos de rede de energia eléctrica, 12 transformadores eléctricos, 58 torres de comunicação, 220 veículos do Estado, 164 casas governamentais e 108 casas de cidadãos particulares.”
Neste sentido, olhando para os danos, Impissa afirmou que os protestos serão combatidos, pois “este tipo de comportamento não pode ser abraçado pelo Governo. Apelamos a todos a que se distanciem de actos nocivos e de vandalismo.”