O Ministério Público notificou o ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane para uma audiência na segunda-feira, 10 de Março, no âmbito de um dos processos movidos pela Procuradoria-Geral da República (PGR) na sequência das manifestações convocadas pelo político desde Outubro, em protesto aos resultados eleitorais.
“Ele vai ser ouvido no âmbito de um processo-crime movido no ano passado, numa sessão que está marcada para as 9h00”, revelou nesta quinta-feira, 6 de Março, uma fonte mencionada pela Lusa.
Em Novembro passado, o Ministério Público exigiu uma indemnização de 1,6 milhão de dólares (105,4 milhões de meticais) pelos prejuízos causados durante as manifestações gerais na província de Maputo.
Num documento, foi explicado que esta acção foi apresentada junto do Tribunal Judicial da província de Maputo, requerendo a indemnização pela destruição e vandalização de bens de utilidade pública, naquela parte do País, salientando que os maiores prejuízos foram registados nas instalações da fronteira de Ressano Garcia.
Os protestos causaram prejuízos avultados em todos os sectores da economia. Neste sentido, a Confederação das Associações Económicas (CTA) admitiu que o crescimento económico neste ano vai ficar muito abaixo do de 2024, caso não sejam adoptadas medidas de apoio.
“Se estivermos num cenário em que não há nenhuma medida, assim como estamos, com o tecido industrial delapidado, infra-estruturas delapidadas, desemprego e empresas sem capacidade de financiar a sua própria recuperação para repor a sua capacidade produtiva, não iremos muito além daquilo que conseguimos fazer no ano passado. Será muito abaixo disso”, afirmou o director-executivo da CTA, Eduardo Sengo.
O responsável explicou que o crescimento económico do País em 2025 está dependente de pacotes e medidas de apoio às empresas, de forma a permitir a recuperação dos seus equipamentos e infra-estruturas vandalizados durante as manifestações pós-eleitorais, de garantir o ‘stock’ de mercadorias e de assegurar os empregos.
As manifestações provocaram uma agitação generalizada, resultando em mais de 300 mortes, de acordo com organizações de direitos humanos.