A Polícia da República de Moçambique (PRM) negou categoricamente as alegações de uma suposta tentativa de assassinato do político Venâncio Mondlane e da sua comitiva, ocorrida na quarta-feira (5) no prolongamento da avenida Julius Nyerere, no bairro de Hulene, em Maputo. O porta-voz do comando da PRM na capital, Leonel Muchina, afirmou que os disparos realizados pela polícia tinham como objectivo dispersar uma multidão que bloqueava a livre circulação de pessoas e bens, descartando qualquer cenário de atentado.
“Os disparos foram feitos exclusivamente para garantir a ordem pública e a livre circulação, após esgotadas todas as tentativas de diálogo com os manifestantes”, explicou Muchina, reforçando que a PRM actua dentro da lei para salvaguardar os direitos de circulação e garantindo que não houve qualquer intenção de atentar contra a vida ou integridade física de Venâncio Mondlane ou da sua comitiva.
O incidente ocorreu durante uma passeata liderada por Mondlane, ex-candidato presidencial, que era acompanhado por apoiantes e pela população local. Testemunhas e imagens divulgadas nas redes sociais sugerem que agentes da Unidade de Intervenção Rápida (UIR) teriam disparado directamente contra a viatura onde seguia o político.
Relatos indicam que o operador de câmara de Mondlane foi atingido no rosto, enquanto duas crianças e um adulto também teriam sido baleados durante a acção policial.
Apesar dos feridos, Venâncio Mondlane e o seu assessor político, Dinis Tivane, saíram ilesos do incidente. Este episódio ocorre semanas após um grupo de indivíduos não identificados ter disparado mais de 20 tiros contra o portão da garagem da casa de Tivane, num ataque ainda não esclarecido.
A PRM reiterou o seu compromisso com a manutenção da ordem pública e negou veementemente as acusações de que os disparos teriam como alvo específico o político ou a sua comitiva. “Não houve qualquer cenário de atentado. A nossa actuação foi direccionada exclusivamente para garantir a segurança e a livre circulação”, concluiu Muchina.