A Mozal, unidade moçambicana da multinacional South32, tem vindo a destacar-se na produção de alumínio sustentável em África, num contexto de crescente procura por metais com menor impacto ambiental. Enquanto a unidade Hillside, na África do Sul, enfrenta desafios para reduzir as emissões de carbono devido à dependência de energia proveniente de centrais a carvão, a Mozal beneficia de uma matriz energética mais limpa, consolidando-se como um dos pilares da estratégia de descarbonização da South32.
A empresa reconhece a diferença entre as suas operações e destaca a vantagem da unidade moçambicana. “O alumínio produzido na Mozal já é reconhecido pela sua menor intensidade de emissões quando comparado a outras operações, permitindo-nos captar valor num mercado cada vez mais focado na sustentabilidade”, afirmou a South32.
A descarbonização da produção de alumínio tem sido um dos desafios do sector, e a South32 tem procurado formas de mitigar o impacto ambiental das suas unidades. No caso da Hillside, que responde por 94% das emissões de Scope 2 da empresa, a dependência de energia gerada a partir do carvão torna a operação mais poluente e menos competitiva num mercado que exige cada vez mais alumínio com menor pegada de carbono.
O CEO da South32, Graham Kerr, reconhece que este é um desafio crítico e sublinha que a empresa tem trabalhado para encontrar soluções sustentáveis. “Estamos focados em transformar as nossas operações para um modelo mais sustentável, e a Mozal é um exemplo do caminho que queremos seguir.”
A produção da Mozal, estimada em 350 000 toneladas em 2025, desempenha um papel estratégico tanto para a South32 como para a economia moçambicana. O alumínio produzido na unidade é exportado para diversos mercados e contribui para a receita nacional, consolidando Moçambique como um dos principais produtores de alumínio no continente.

A South32 tem apostado na diversificação das suas fontes de energia para reduzir as emissões de carbono, e a Mozal surge como um exemplo desta estratégia. No entanto, a empresa admite que há ainda desafios a enfrentar para tornar todas as suas operações mais sustentáveis. “O real problema é a fonte de energia, e é nisso que estamos a trabalhar para encontrar uma solução”, destacou Noel Pillay, COO da South32.
A empresa anunciou que o seu segundo plano de acção climática, previsto para Agosto de 2025, detalhará novas iniciativas para acelerar a transição energética das suas operações. A aposta num alumínio mais sustentável faz parte da estratégia da South32 para manter-se competitiva num mercado onde a redução da pegada de carbono se tornou uma exigência crescente.
Com a pressão regulatória global e a crescente procura por materiais produzidos de forma sustentável, a Mozal assume um papel central na cadeia de produção da South32, posicionando Moçambique como um actor-chave na transição para um alumínio de baixo carbono em África.
Entretanto, a multinacional australiana South32 garantiu recentemente que as tarifas de 25% sobre as importações de aço e alumínio impostas pelos Estados Unidos, com entrada em vigor a 12 de Março, não terão impacto significativo na sua operação em Moçambique.
Fonte: Engineering News.