A produção de rubis no País registou um crescimento de 46% em 2024, atingindo 3,9 milhões de quilates, segundo dados do Governo com os resultados das exportações do ano passado, informou a Lusa, nesta sexta-feira, 28 de Fevereiro.
De acordo com o relatório, “no grupo das pedras preciosas e semipreciosas, o maior destaque vai para o rubi, que registou, no período em análise, um grau de execução de 128% em relação ao plano anual e uma taxa de crescimento de 46%.”
O documento destaca que a produção de rubis cresceu, assim, de 2,7 milhões de quilates em 2023, para 3,9 milhões de quilates em 2024, superando a meta anual fixada pelo Governo, que era de três milhões de quilates no ano passado. Este crescimento, segundo a nota, resultou “do bom desempenho da empresa SLR Mining, que assumiu a posição de maior produtor deste recurso mineral, com a entrada em funcionamento de mais uma planta de processamento. A SLR Mining foi a responsável pela produção de mais de 70% do total destas pedras preciosas. Outro factor foi a retoma total da produção pela Moza Minerals, aliada ao facto de a Montepuez Ruby Mining ter realizado escavações intensivas em três blocos altamente produtivos.”
A produção de rubis em Moçambique recuou em 2023 para 2,7 milhões de quilates, contra 4,2 milhões de quilates em 2022 e cinco milhões de quilates em 2021. Só a exploração destas pedras na mina da MRM em Cabo Delgado, no Norte do País, rendeu desde 2012 quase mil milhões de dólares, segundo dados divulgados anteriormente pela Gemfields, que detém 75% da empresa.
De acordo com os dados até Dezembro do relatório “Factor G para Recursos Naturais”, que visa promover a transparência sobre o nível de riqueza dos recursos humanos partilhados pela Gemfields com os governos dos países anfitriões provenientes dos sectores mineiro, petrolífero, gás madeira e pesca, a MRM teve uma receita total de 151,3 milhões de dólares em 2023.
Desde que a Gemfields adquiriu os 75% da MRM – em Fevereiro de 2012, ano do início da exploração mineira, tendo os leilões de rubis começado dois anos depois – a mina acumula receitas superiores a mil milhões de dólares, pagando ao Estado moçambicano, no mesmo período, 257,4 milhões de dólares (16,2 mil milhões de meticais).
A MRM, que é também detida em 25% pela Mwiriti Limitada (uma empresa moçambicana), pagou em 2023 ao Estado 53,2 milhões de dólares (3,3 mil milhões de meticais) em royalties e impostos, segundo o mesmo relatório.