As exportações de legumes e hortícolas em Moçambique registaram um aumento de 45% nos primeiros nove meses de 2024, totalizando 130 milhões de dólares (8,2 mil milhões de meticais), de acordo com dados do Banco de Moçambique (BdM), informou a Lusa, nesta sexta-feira, 28 de Fevereiro.
O crescimento deveu-se à retoma da produção e ao escoamento normalizado destas culturas, após os efeitos de condições climáticas adversas que impactaram o País em 2023. Segundo o relatório do banco central, essas exportações atingiram, até Setembro de 2024, 130 milhões de dólares, valor que compara com 90,2 milhões de dólares no mesmo período de 2023.
A banana, um dos produtos tradicionais das exportações nacionais, rendeu 29,4 milhões de dólares em nove meses, contra 22,4 milhões de dólares no mesmo período de 2023, comprada essencialmente pelos países vizinhos, nomeadamente a África do Sul.
O anterior ministro da Agricultura, Celso Correia, em declarações proferidas em Novembro, sublinhou as boas perspectivas para a campanha 2024-25, estimando um crescimento de 5%, fruto das chuvas esperadas (época chuvosa que decorre de Outubro a Abril), apontando a “paz social” como essencial para garantir a continuidade da produção agrícola e a estabilidade das famílias produtoras.
“É muito importante termos paz social, porque nos permite produzir, permite que cada família que tem a sua actividade possa desenvolver-se e não ter o seu rendimento afectado. Entre todas as condições, para além das do clima, de financiamento e de trabalho, a paz social é essencial para termos uma campanha tranquila no próximo ano (2025)”, declarou o ex-ministro na altura, acrescentando: “O calendário agrícola tem sido afectado por estas alterações climáticas, mas a expectativa é que, na próxima campanha, possamos ter um bom clima, o que impactará positivamente a produção.”
Com o mercado de consumo no Sul do País ainda dependente das importações agrícolas da vizinha África do Sul, Celso Correia admitiu, então, a necessidade de melhorar a competitividade moçambicana no sector: “Para podermos competir, [é preciso] controlar um pouco melhor as fronteiras, porque temos também muito contrabando, que às vezes entra e torna a competição injusta. Temos que ajudar os produtores a melhorarem a qualidade. O mercado também determina este exercício, mas é um trabalho gradual.”