As exportações de açúcar de Moçambique registaram um aumento de 40% no terceiro trimestre de 2024, alcançando 27,5 milhões de dólares (1,9 mil milhões de meticais). Este valor representa uma recuperação significativa, especialmente após uma queda de 70,7% nas exportações no primeiro trimestre do ano passado, devido a eventos climáticos adversos. A recuperação foi consistente ao longo do ano, com um crescimento de 36% até Junho e de 40% até Setembro.
Segundo o Banco de Moçambique (BdM), o aumento nas exportações de açúcar reflecte a recuperação da produção, que havia sido severamente afectada pelas condições climáticas em 2023, como cheias e ciclones tropicais.
Em comparação com os 19,6 milhões de dólares (1,3 mil milhões de meticais) obtidos no mesmo período em 2023, o crescimento das exportações em 2024 é significativo, demonstrando a resiliência do sector. O açúcar continua a ser uma das principais culturas agrícolas do País, desempenhando um papel essencial na economia.
De forma geral, o sector agrícola também registou um crescimento notável em 2024. As exportações de produtos agrícolas aumentaram 77 milhões de dólares (5,3 mil milhões de meticais), totalizando 1,5 mil milhões de dólares (107,8 mil milhões de meticais). Este crescimento reflecte a recuperação das principais culturas do País e a resposta positiva do sector às condições de mercado e aos investimentos em infra-estrutura agrícola.
Moçambique, que enfrenta os desafios das alterações climáticas, como cheias e ciclones tropicais, tem adoptado medidas para fortalecer o sector agrícola e mitigar os efeitos das intempéries.
A província de Sofala, no Centro, foi uma das mais afectadas, prejudicando a produção de açúcar nas açucareiras locais, como a Açucareira de Mafambisse, que perdeu milhares de hectares de cana-de-açúcar devido à seca e ao fenómeno El Niño.
Apesar dos desafios climáticos, a recuperação da produção de açúcar é uma boa notícia para a economia nacional. Recentemente, o grupo sul-africano Tongaat Hulett, accionista maioritário das açucareiras de Mafambisse e Xinavane, anunciou um investimento de 27,5 milhões de dólares (2,5 mil milhões de meticais) para fortalecer a produção e garantir a sustentabilidade do sector.
Texto: Felisberto Ruco