O núcleo de inflação é uma medida que visa identificar a tendência de preços, desconsiderando os efeitos de choques temporários. É também conhecido como inflação subjacente.
É uma ferramenta útil para a política monetária, pois permite distinguir alterações transitórias dos preços de alterações persistentes.
Em geral são produtos susceptíveis à sazonalidade e um bom exemplo disso são os alimentos ‘in natura’ que, em decorrência de chuvas ou estiagens, têm impacto forte de preços, que duram pouco tempo.
Os economistas costumam traçar gráficos de evolução da inflação com base nos dados do núcleo, para assim obterem uma base de comparação mais contínua ao longo do tempo.
Mas cada consultoria faz os seus próprios cálculos, de modo que ao receber mais de um relatório de inflação, o investidor pode deparar-se com projecções distintas.
Há diversas metodologias que podem ser adoptadas para calcular o núcleo de inflação. Três delas são as principais.
A primeira metodologia é a de exclusão
Simplesmente retira do índice de preços os componentes com maior volatilidade, cujas variações reflectem choques transitórios. Um exemplo desse tipo de componente são os alimentos, que são afectados por factores como a sazonalidade dos cultivos. Esta metodologia é criticada por retirar arbitrariamente itens do índice de inflação, podendo causar a omissão de informações relevantes.
Depois, a metodologia de influência limitada
Reduz o peso dos componentes que apresentam variações mais drásticas no índice de inflação. Ou seja, não são excluídos componentes, apenas se atribui um peso limitado às “caudas”, as extremidades da distribuição dos preços.
Finalmente, a metodologia econométrica
Esta emprega a modelagem teórica com interpretações económicas.
Fonte: Mais Retorno