Núcleo de inflação, ou inflação subjacente, é uma medida que serve para identificar as tendências de inflação, desconsiderando o choque de factores temporários e circunstanciais, localizados sobre o índice agregado.
O núcleo de inflação pode ser definido como a parte persistente do processo inflacionário. O que interessa, do ponto de vista dessa medida, é a componente da inflação presente a longo prazo.
O seu cálculo permite visualizar com mais clareza as tendências gerais de alta ou queda da inflação.
Função do núcleo de inflação
Podemos dizer que, essencialmente, o núcleo de inflação deve cumprir três funções:
- Distinguir choques de preços idiossincráticos de choques generalizados;
- Distinguir choques temporários de choques persistentes;
- Antecipar a tendência de curto prazo da inflação.
Em suma, as suas características essenciais devem ser generalidade, persistência e antecipação.
Importância do núcleo de inflação
Factores pontuais, apesar de afectarem os preços, não exigem uma resposta em termos de políticas monetárias, pois são revertidos rapidamente e muitas vezes sem nenhuma intervenção. Na verdade, se uma política monetária ficar a reagir a todo pequeno choque, aos “ruídos”, vai ser muito instável e não atingirá bons resultados.
O que interessa, para a definição de políticas monetárias, é observar factores que afectam a economia de maneira mais ampla e antecipar movimentos de longo prazo. Por isso, o núcleo de inflação é a medida ideal para apoiar o desenvolvimento de políticas monetárias.
O núcleo de inflação é particularmente importante para a definição de metas para a inflação num país. Saliente-se que, embora nem sempre sejam tratados distintamente são coisas diferentes. O núcleo indica a tendência de comportamento da inflação, enquanto as metas indicam para onde se deseja conduzir a inflação. Naturalmente, com a intervenção do Estado em forma de políticas monetárias, os dois costumam caminhar juntos.
Fonte: Mais Retorno