A reconstrução da província de Cabo Delgado, na região Norte de Moçambique, é uma das prioridades do novo Governo, visto que alguns distritos foram totalmente destruídos pelo terrorismo. Por isso, o Presidente da República, Daniel Chapo, pediu nesta quinta-feira, 20 de Fevereiro, apoio internacional, para a execução do plano avaliado em 300 milhões de dólares.
“A implementação do plano de reconstrução de Cabo Delgado, avaliado em 300 milhões de dólares, e do Programa de Resiliência e Desenvolvimento Integrado do Norte, orçado em 2,5 mil milhões de dólares, requerem um forte apoio dos parceiros de cooperação.”
Intervindo durante a cerimónia de recepção dos diplomatas acreditados em Moçambique, por ocasião do novo ano, o chefe do Estado explicou que o auxílio permitirá combinar as acções das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) com a reconstrução total das infra-estruturas destruídas no âmbito do conflito armado, bem como promover o desenvolvimento económico, social e cultural da região.
“Renovamos o nosso apelo aos parceiros para incrementarem a assistência, de modo que continuemos a consolidar os ganhos já alcançados e erradiquemos o terrorismo no nosso País.”

Chapo reiterou ainda que o terrorismo é um fenómeno transnacional, com “ramificações regionais e internacionais complexas”, que exige a conjugação de esforços de todos os Estados do mundo, para o seu combate.
No que diz respeito à instabilidade pós-eleitoral, o governante considerou que as “manifestações fazem parte de uma agenda de subversão para desestabilizar o nosso país e instalar o caos. É a continuação dos ataques terroristas e da guerra dos 16 anos”.
“Não temos dúvidas que estes ataques visam criar o caos para a delapidação dos nossos recursos minerais estratégicos. Agradecemos a solidariedade que temos recebido dos embaixadores dos países amigos de Moçambique.”
No final do seu discurso, Daniel Chapo sublinhou que Moçambique “é uma nação forte que nasceu da resistência secular contra a colonização e da luta armada de libertação nacional.”
Desde Outubro de 2017, a província de Cabo Delgado, rica em gás, enfrenta uma rebelião armada com ataques reclamados por movimentos associados ao grupo extremista Estado Islâmico. O último grande ataque deu-se na sede distrital de Macomia, provocando vários mortos.