A Empresa Moçambicana de Seguros (EMOSE) avisou nesta segunda-feira, 17 de Fevereiro, que os prejuízos provocados pelas manifestações pós-eleitorais que decorreram no País não são cobertos pelas apólices de seguro, apesar das “solicitações” que tem recebido.
“Importa referir que, à luz da apólice, as manifestações causadas por eventos políticos não são cobertas. O contexto actual do sector dos seguros em Moçambique exige uma postura pró-activa informada e estrategicamente ajustada à dinâmica do mercado”, afirmou Janfar Abdulai, PCA da EMOSE, citado pela Lusa.
Intervindo durante um encontro na cidade de Maputo, na região Sul de Moçambique, o responsável pela seguradora detida pelo Estado explicou: “O ano que passou colocou-nos à prova, com desafios complexos impulsionados por factores sociopolíticos e económicos. No entanto, soubemos responder com rigor e competência, garantindo a continuidade das operações e fortalecendo a confiança dos nossos clientes e parceiros.”

“O sector segurador está em constante transformação. A concorrência intensifica-se, as exigências regulatórias tornam-se mais rigorosas e os riscos assumem novas configurações. Diante desta realidade, não podemos somente reagir. Devemos antecipar, planear com precisão e executar com eficiência”, apontou.
Segundo o ISSM, a EMOSE cometeu diversas infracções ao abrigo da Lei de Controlo, resultando em penalizações de 2 milhões de meticais por cada irregularidade identificada. A legislação exige que as instituições financeiras e entidades não financeiras designadas cumpram rigorosamente as suas obrigações relativamente aos clientes, sejam eles antigos ou novos.
“A rendibilidade dos capitais próprios, assim como do activo, melhorou significativamente, saindo de uma negatividade de 0,90% para 4,4% positivo e de 0,28% negativo para 1,43% positivos respectivamente, quando comparado com o período homólogo”, referiu o organismo.
O Estado detém uma participação de 31% directamente no capital social da seguradora e, através do Instituto de Gestão das Participações do Estado (IGEPE), outra de 39%. Entre outros pequenos accionistas, conta-se ainda a Cooperativa dos Gestores Técnicos e Trabalhadores da EMOSE, com uma quota de 20%.
O mercado segurador de Moçambique conta com cerca de 20 empresas autorizadas e é liderado há mais de 40 anos pela EMOSE, criada dois anos após a independência nacional, através da nacionalização e fusão das seguradoras Lusitânia, Tranquilidade de Moçambique e Nauticus.