A primeira-ministra, Benvinda Levy, anunciou que estão a decorrer negociações com as empresas concessionárias das estradas nacionais, com vista a travar os protestos contra o pagamento das portagens, defendendo que os novos acordos devem incluir aspectos ligados à responsabilidade social.
“Estamos a negociar com as empresas e, além da questão dos preços praticados nas portagens, os debates abrangem ainda os assuntos relacionados com a responsabilidade social, que deve ser levada em conta pelas concessionárias”, revelou a governante, à margem da reunião do Comité Central da Frelimo, que decorre na cidade da Matola, província de Maputo, região Sul de Moçambique.
Nos últimos dias, têm sido reportados sucessivos bloqueios de portagens, sobretudo em Maputo, com manifestantes a exigirem o fim do pagamento em resposta a um documento publicado pelo ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane, contendo 30 medidas, entre as quais se destaca a exigência da não cobrança das taxas de portagem em todo o País.
Na terça-feira (11), o Executivo afirmou estar em curso um estudo junto das empresas concessionárias, para subsidiar o pagamento das portagens para o transporte público de passageiros, visando reduzir os seus custos após vandalizações daquelas infra-estruturas.
“O Governo continua a trabalhar com as concessionárias para encontrar alternativas aos custos do pagamento de portagens para os transportadores do serviço público dos passageiros, por forma a melhorar o custo dos transportes para os cidadãos”, afirmou o porta-voz do Conselho de Ministros, Inocêncio Impissa.
Em Janeiro, tanto a Rede Viária de Moçambique (Revimo) como a sul-africana Trans African Concessions (TRAC) divulgaram uma nota a informar que retomariam a cobrança de taxas nas portagens. A comunicação levou os manifestantes a ocuparem e a bloquearem os acessos.